Com túnica simples e crucifixo de prata, Papa Francisco foi recebido no país com mais católicos do mundo por dezenas de milhares de peregrinos agitando bandeiras, chorando e gritando durante sua passagem.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O papa Francisco descansará nesta terça-feira, dia 23, no Rio de Janeiro, um dia depois de ter sido aclamado por dezenas de milhares de peregrinos em sua chegada ao Rio, enquanto centenas protagonizaram um protesto que terminou em violência.
A chegada do Papa argentino à cidade em um carro simples que ficou preso durante 12 minutos no trânsito enquanto uma multidão o rodeava, batia nas janelas e até atirava presentes dentro gerou questionamentos sobre as operações de segurança.
Mas o primeiro Papa latino-americano, que defende uma Igreja próxima dos pobres, está empenhado em ter contato com o povo, e em um trajeto pelo centro da cidade em um papamóvel aberto beijou crianças e não perdeu a calma.
“O secretário do Papa me disse que estava assustado, mas que o Papa permaneceu muito sorridente”, indicou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em uma coletiva de imprensa.
Horas depois, após a reunião do Papa com a presidente Dilma Rousseff no Palácio Guanabara, centenas de manifestantes que protestavam perto dali contra os gastos públicos de 53 milhões de dólares para sua visita e para a Jornada Mundial da Juventude – JMJ foram dispersados pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo e canhões lança-água.
Um fotógrafo da AFP foi ferido na cabeça por um cassetete da polícia, e um manifestante foi atingido na perna por uma bala de borracha. Segundo a polícia, os incidentes começaram quando um manifestante lançou um coquetel molotov. Cinco pessoas foram detidas.
O Papa, que defende uma Igreja missionária, convocou em seu primeiro discurso ao lado de Dilma os jovens a evangelizar as nações, num momento em que os católicos perdem espaço para os evangélicos e para o laicismo.
Vaticano não teme manifestações
Em junho, mais de um milhão de pessoas tomaram as ruas de várias cidades do Brasil para exigir melhores serviços públicos e protestar contra os milionários gastos da Copa do Mundo e contra a corrupção.
O Vaticano não teme que as manifestações perturbem a visita do Papa, já que sabe que “não são dirigidas contra o Papa e a Igreja”. A operação de segurança para a visita do pontífice conta, no total, com 30.000 militares e policiais.
O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, inaugurará oficialmente nesta terça-feira a JMJ com uma missa na praia de Copacabana, prevista para as 18 horas (horário de Brasília) e na qual são esperadas 500.000 pessoas.
Este será o único ato central da JMJ sem a presença do Papa, que presidirá o evento, que ocorre até 28 de julho.
O papa Francisco, que desde sua eleição, em março, insiste na necessidade de que a Igreja, os fiéis e os governos prestem mais atenção aos pobres, prevê visitar na quarta-feira o maior santuário católico do Brasil, em Aparecida, no estado de São Paulo, onde as forças de segurança encontraram no domingo uma bomba de fabricação caseira e a detonaram.
Informações de Terra
FOTO: reprodução / BBC