Equipamentos preenchem lacuna na defesa e são essenciais para a Copa. Brasil quer comprar míssil que pode seguir alvo a até 15 km de altitude.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O governo brasileiro negocia nesta quarta-feira, dia 20, com a Rússia a compra de cinco baterias de mísseis antiaéreas durante visita do primeiro-ministro do país, Dmitri Medvedev, a Brasília, segundo o Ministério da Defesa.
Na agenda foram programadas reuniões com a presidente Dilma Rousseff e com o vice-presidente da República, Michel Temer, além de encontros no Itamaraty.
O principal produto em negociação são os sistemas de artilharia antiáerea Pantsir-S1, com capacidade de médio alcance, podendo atingir alvos entre 3 km e 15 km.
Em reportagem publicada em agosto de 2012, o G1 mostrou que a falta de uma bateria que atinja média altitude representava uma lacuna na defesa brasileira, por ser, também, uma das exigência da Fifa para a realização da Copa do Mundo de 2014.
Para ter uma ideia da importância da artilharia de médio alcance, todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan, têm esta capacidade de abate nesta altura. Nenhum na América Latina conta com o instrumento.
Os mísseis russos podem preencher outra necessidade do Brasil, por possuírem tecnologia de guiamento e seguirem os alvos após serem disparados. O Brasil pretende comprar duas baterias antiaéreas do modelo Igla, de baixo alcance, e três do modelo Pantsir-S1, de médio alcance. O valor da negociação não foi informado pelo governo.
Em entrevista ao G1 em 2012, o general que comanda a artilharia antiaérea no país, Marcio Heise, informou que a proposta para modernização do sistema brasileiro tinha o custo de R$ 2,354 bilhões. Contudo, o Livro Branco de Defesa Nacional, divulgado em 2012, estimava em R$ 859,4 milhões a previsão de investimentos na área até 2023.
Dilma encontrou Medevev na manhã desta quarta para negociar detalhes da compra, segundo o Ministério da Defesa.
Detalhes da negociação
Segundo o ministério, mais detalhes sobre as especificações dos equipamentos só serão divulgados após a efetivação da aquisição, que está sendo tratada em reuniões com a presença do chefe do Estado Maior das Forças Armadas, José Carlos de Nardi, com militares e diplomatas russos no Itamaraty.
Segundo o Ministério da Defesa, a aquisição servirá para reforçar a proteção do território nacional, mas ainda não há informações sobre onde as baterias deverão ser instaladas. A compra dos armamentos russos já havia sido tratada em viagem que a presidente Dilma e o ministo da Defesa, Celso Amorim, fizeram à Rússia no ano passado.
Em janeiro, uma delegação brasileira, formada por autoridades militares e empresários, visitou fábricas russas para conhecer os equipamentos e elaborar um relatório, que foi apresentado à presidente Dilma, sobre as características das máquinas. Cada bateria Pantsir-S1 russa engloba seis carros com radares, sistemas de detecção e canhões.
O Brasil possui cinco grupos de artilharia antiaérea posicionados no Rio de Janeiro,em Praia Grande(SP), em Caxias do Sul (RS),em Sete Lagoas(MG) e em Brasília, para defender o Planalto. Eles contam com mísseis Igla-S, com alcance de até 3 km de altitude.
Segundo a Defesa, na negociação há previsão de transferência de tecnologia por parte da Rússia e possibilidade da instalação de uma fábrica no Brasil com participação de empresas brasileiras e russas.
Informações de Portal G1
FOTO: reprodução / Portal G1