Maior ocorrência de homicídios acontece no Mato Grosso do Sul. Segundo dados do Cimi, 563 indígenas morreram no Brasil na última década.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A ocorrência de atos violentos contra os índios brasileiros, como assassinatos (e tentativas), ameaças de morte, lesões corporais e estupros, cresceram 237% em 2012, segundo o Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas, divulgado nesta quinta-feira, dia 27, pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi.
De acordo com o levantamento, foram registrados em todo o país 60 homicídios contra a população indígena – nove mortes a mais que as registradas em 2011. O maior número de ocorrências, 37, ocorreu em Mato Grosso do Sul.
Suicídios
Em seguida, aparecem Maranhão e Bahia, com sete e quatro casos, respectivamente. Segundo o Cimi, nos últimos dez anos, ocorreram cerca de 563 assassinatos de índios no país.
Segundo o relatório, foram registrados 23 suicídios entre os indígenas em 2012. A maior parte, nove, da etnia Guarani Caiová, no Mato Grosso do Sul (MS). De acordo com dados do Ministério da Saúde, 56 índios Guarani Caiová tiraram a própria vida no ano passado. Esse número é o maior observado nos últimos dez anos.
Demarcação de terras indígenas
Os casos de violência contra o patrimônio indígena também aumentaram. Foram 125 ocorrências em 2012, contra 99, em 2011, o equivalente a uma alta de 26%.
Para o presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler, o aumento da violência contra os índios pode ser atribuído à “omissão por parte dos estados” na demarcação das terras indígenas, provocando atraso no processo. De acordo com o estudo, das 1.045 áreas indígenas, 339 estão sem demarcação legal e outras 293, em análise. “Não tomar providências em relação à delimitação das áreas indígenas significa escancarar as portas para qualquer tipo de invasão. Invasões que geram mortes”, afirmou.
Os dados foram obtidos a partir de relatos e denúncias dos povos e organizações indígenas, informações levantadas pelas equipes de 11 regionais do Cimi, notícias veiculadas pela imprensa e dados de órgãos públicos que prestam assistência às comunidades. Confira a íntegra do relatório aqui.
Informações de revista época
FOTO: Elza Fiúza / ABr