Estudos clínicos demonstraram que o remédio alivia, principalmente, as dores menstruais e as que surgem durante relação sexual.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa autorizou a venda no país do primeiro remédio específico para tratar a dor da endometriose, doença que afeta o endométrio (membrana interna do útero) e atinge seis milhões de brasileiras.
De acordo com os médicos, a principal vantagem do novo medicamento (Allurene) é o uso prolongado e por via oral. Antes, o único tratamento aprovado para a doença eram drogas que interrompem o funcionamento dos ovários, causado uma menopausa temporária (análogos do GNRH).
O problema é que elas não podem ser usadas por mais de seis meses porque tiram o cálcio dos ossos, levando à osteoporose. Outra opção é o DIU Mirena, que bloqueia a menstruação e inibe o crescimento do endométrio. Mas muitas mulheres não se sentem confortáveis com ele.
Para o ginecologista da Unicamp Carlos Alberto Petta, o Allurene não é a droga definitiva para tratar endometriose, mas é a única novidade nos últimos anos. Estudos clínicos demonstraram que o remédio alivia, principalmente, as dores menstruais e as que surgem durante relação sexual.
Como funciona a medicação
O remédio é um repositor hormonal que inibe a produção do estrógeno no endométrio, o estrógeno é que alimenta a doença. Segundo o ginecologista Maurício Simões Abrão, professor da USP, o medicamento pode causar alteração do sangramento menstrual.
Outros efeitos colaterais são dores de cabeça, desconforto nos seios e depressão. O preço da droga, em torno de R$ 170 (para cada caixa com 28 comprimidos), é um outro fator limitante para mulheres com poder aquisitivo menor.
O Ministério da Saúde estuda montar um programa com capacitação de médicos do SUS para um diagnóstico mais rápido e eficaz da doença. Hoje, o tratamento está disponível, principalmente,em centros médicos ligados às universidades públicas.
Informações de Folha de São Paulo
FOTO: ilustrativa / radiosolar