Estamos entrando em mais uma Semana Farroupilha, momento este de se reverenciar um dos períodos mais marcantes e quem sabe o mais importante da nossa história
A Revolução Farroupilha, o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis da história do Brasil, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos da sociedade, iniciou em 20 de setembro de 1835 e que teve duração de cerca de dez anos, com o intuito de revolta, pelo descaso e desamparo do governo central do Brasil ao povo riograndense.
A Semana Farroupilha que ocorre do dia 14 a 20 de setembro, traz como tema deste ano “Nossos símbolos: nosso orgulho!”
Com o objetivo de destacar, valorizar e tornar mais conhecidos os símbolos oficiais ou não, a Comissão Estadual da Semana Farroupilha, decidiu adotar este tema para os festejos da Semana Farroupilha 2008. Com isto, os projetos culturais podem abordar os 10 símbolos listados na legislação: Bandeira, Hino, Brasão de Armas, a planta Erva-mate, a ave Quero-Quero, a flor Brinco-de-princesa, o Cavalo Crioulo, a planta medicinal Macela, a bebida Chimarrão, o prato típico Churrasco e ainda as simbologias, como o Galpão de Estância, a Chama Crioula e o monumento do Laçador.
Além dos símbolos considerados oficiais, poderão ser adotados outros símbolos representativos dos municípios ou de uma região.
O mais importante deste momento é o trabalho que as escolas municipais, estaduais e particulares, desenvolvem durante a Semana Farroupilha com os seus alunos, provocando-lhes o interesse na busca pelo conhecimento da nossa tradição, história e cultura.
É através desta iniciativa, por menor que seja, é que as crianças e os jovens tomam conhecimento da história e da cultura de seu povo, levando-os a refletir sobre a sua verdadeira identidade como cidadão de uma coletividade.
O estudo dos símbolos e o seu reconhecimento como peça verdadeira e fundamental da identidade de um povo, faz se necessária para o fortalecimento de uma sociedade, pois são os símbolos que nos unem, pela sua história, pela sua criação, pela sua força, pela sua simbologia que transcende a materialidade, são eles que nos fazem reconhecer como unidade coletiva, para nos direcionar a objetivos comuns.
Infelizmente, tenho observado que a busca e o interesse pelo conhecimento das coisas do nosso Rio Grande, por algumas ESCOLAS, só acontece nesta semana. Estes trabalhos de cunho informativo e educativo deveriam ser desenvolvidos durante todo o ano, para que as crianças e os jovens, não percam o elo da formação da sua identidade, como indivíduos da nossa sociedade, pois eles são alvos frágeis e estão à mercê das novas alternativas, trazidas pela mídia, de formação de caráter, conduta e identidade.
Jair Machado
Professor das Danças Gaúchas de Salão desde 1984.