Coordenadora de Política Sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Calçado “repudia a decisão dos deputados”.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Sindicato dos Trabalhadores do Calçado de Novo Hamburgo está distribuindo nota à imprensa nesta quarta-feira, dia 22, como forma de protesto ao aumento nos salários dos deputados estaduais do Rio Grande do Sul.
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Confira a nota na íntegra:
Em pleno Natal, um tremendo presente de grego! A coordenadora de Política Sindical do Sindicato dos Sapateiros de Novo Hamburgo, Neiva Janina Alves Barbosa, não só lamenta a decisão tomada pelos deputados gaúchos e pelos deputados federais que votaram a favor dos seus próprios aumentos, como também está indignada, como todo e qualquer cidadão brasileiro e brasileira.
“Aliás, com essa prática de aumentarem seus próprios vencimentos eles confirmam que estão legislando em causa própria!”
Os deputados gaúchos aprovaram na terça-feira o reajuste dos próprios salários, com índice de 73,3%. A partir de 1º de fevereiro de 2011, o vencimento dos parlamentares será de R$ 20.042,34.
“É um absurdo em relação à condição de vida do brasileiro, pois milhões vivem com um salário mínimo e trabalham 44 horas semanais, tendo que lutar todo ano para conseguirem um reajuste acima da inflação ou quando minimamente se garante a inflação”.
Neiva compara que a votação na assembléia gaúcha aconteceu uma semana depois de o Congresso aprovar um aumento de 61,8% nos próprios salários, fato também totalmente descabido. “O aumento dos deputados federais foge a qualquer patamar. Enquanto o salário mínimo se eleva na faixa de 9%, 10% ao ano, eles aprovam 61,8% pra eles mesmos. Não somos contra que recebam reajustes, mas, a bem da verdade, eles já ganham muito.”
“Esse aumento gera o chamado efeito cascata, que já chegou à assembléia gaúcha e vai chegar às câmaras municipais, elevando ainda mais os gastos públicos”, avalia. De fato, o impacto do reajuste nos salários dos parlamentares deve chegar a R$ 2 bilhões por ano nas assembléias e câmaras de vereadores, de acordo com o cálculo da Confederação Nacional dos Municípios que considera o aumento em cascata.
A Constituição limita as remunerações dos deputados estaduais a 75% do salário dos federais. O vencimento dos vereadores é vinculado aos salários dos deputados estaduais, variando de 20% a 75%, de acordo com a população.
A Coordenadora de Política Sindical Neiva repudia a decisão dos deputados, pois considera um desrespeito com a classe trabalhadora e com povo. “Que nota poderíamos dar a essa atitude? Zero para os deputados federais e estaduais.”
FOTO: ilustrativa / GettyImages