Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, prefeito da capital paulista afirma ser desejo dos brasileiros que a cerimônia seja realizada no Morumbi.
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O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (foto), voltou a defender o Morumbi como sede da abertura da Copa do Mundo de 2014.
Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, ele expressa sua esperança de que a decisão da FIFA, que descartou o estádio, seja revertida. E a cidade, pelo que declarou, não abre mão da abertura, ao contrário do que vinha dizendo. “O paulistano quer a abertura, o brasileiro deseja que a abertura seja em São Paulo”.
O Morumbi, no entanto, não é sua única alternativa. O chefe do executivo municipal reativou o plano do Piritubão, que havia sido descartado por alguns de seus colegas. E afirmou acreditar que ainda há tempo. “Poderíamos transformar a arena multiuso planejada para Pirituba de 45 para 65 mil lugares desde que a iniciativa privada entenda ser positivo”.
Em três semanas, um comitê da FIFA passará a acompanhar de seu escritório, no Rio, o andamento de tudo o que será feito no país para 2014.
Confira a entrevista concedida ao O Estado de S. Paulo:
Estado: Onde será a abertura da Copa do Mundo de 2014?
Gilberto Kassab: Morumbi. Essa é a nossa definição, a nossa escolha, o estádio encaminhado à CBF e à FIFA. A Prefeitura, o governo do Estado e o governo federal já estabeleceram os investimentos necessários para o entorno, de mobilidade, tanto que esses investimentos já foram aprovados pela FIFA. Existe uma pendência muito importante em relação ao estádio, que é o entendimento entre a FIFA e o São Paulo. De nossa parte, há o entusiasmo, a motivação para sensibilizar a FIFA e a CBF da importância do Morumbi. Seria uma hipocrisia muito grande não admitir que existem problemas relacionados ao Morumbi. Eles são públicos, manifestados pela própria FIFA. Mas não vamos esmorecer, deixar de trabalhar pelo Morumbi.
Estado: Mas a FIFA já descartou o Morumbi. Pensa ser possível reverter a decisão?
Gilberto Kassab: Se nós fizemos o pedido, é porque temos a esperança de que seja revertida. Mas é nossa responsabilidade, sabendo desses problemas, trabalhar numa alternativa. Existem duas questões. A primeira é que o paulistano quer a abertura da Copa, o brasileiro deseja que a abertura seja em São Paulo. O segundo ponto é que desde que não seja com recursos públicos, porque temos outras prioridades. Infelizmente, a cidade de São Paulo tem imensos desafios, como a construção de hospitais, unidades habitacionais, escolas, infraestrutura como um todo, seja em transporte público, em saneamento. Não nos é permitido desviar recursos do tesouro para a construção de um estádio. Mas estamos trabalhando uma segunda alternativa que não envolva recursos públicos, se não formos felizes com o Morumbi. Nossa esperança, porém, ainda é o Morumbi.
Estado: O que seria essa alternativa?
Gilberto Kassab: O equipamento de Pirituba, que servirá para a Expo Mundial 2020, se conseguirmos essa indicação. Será nosso centro de convenções, exposições, feiras, eventos, um dos maiores do mundo, com cinco milhões de metros quadrados, área comercial, shopping center, onde também haverá uma arena multiuso. Foi pedido pela Prefeitura àqueles que procuram empreendedores para um projeto Parceria-Público-Privada – PPP que examinem a possibilidade de transformá-la numa arena que atenda aos requisitos da FIFA para uma partida de abertura da Copa do Mundo. Poderíamos transformar a arena de 45 mil para 65 mil lugares, desde que a iniciativa privada entenda ser positivo.
Estado: Mas, prefeito, haveria tempo para aguardar a definição da FIFA sobre o Morumbi, concluir o projeto de Pirituba, encontrar parceiros para investir e realizar uma obra complexa dessas?
Gilberto Kassab: É por isso que já estamos trabalhando na segunda alternativa.
Informações de Estadão
FOTO: reprodução