Dos 513 deputados, 233 são estreantes na Casa ou retornam ao posto; só 61 nunca foram eleitos para exercer a função.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A Câmara dos Deputados dá início à nova Legislatura com 233 novos parlamentares que voltam a ocupar o cargo ou que fazem hoje sua estréia na Casa.
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A renovação chega a 46% em relação ao último mandato. Ao todo, são 61 deputados (12% do total) novatos, que jamais haviam sido eleitos para a função. No Senado, uma das principais frentes de batalha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 32 eleitos (40% do total) fazem sua estréia – outros cinco estão voltando.
Entre os novatos da Câmara está o palhaço Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, que, aos 45 anos, toma posse como deputado federal mais votado do País. Antes de se eleger, o deputado, que nasceu em Itapipoca (CE), trabalhou como vendedor de algodão doce e picolé e como equilibrista, malabarista e mágico de circo. Ganhou fama como cantor e compositor e humorista. Nos anos 90, vendeu 1,5 milhão de cópias do CD graças à música “Florentina”. Tiririca promete encampar projetos de incentivo aos circos e contra descriminação de nordestinos.
O ex-craque Romário (PSB-RJ), herói da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, na conquista do tetracampeonato, também assume seu mandato como político de primeira viagem em Brasília.
Nem tão novatos assim
A maioria dos novatos (40), porém, já havia tido algum contato com a política ou políticos, segundo levantamento feito pela Câmara. São parentes de autoridades ou trabalhavam em cargos públicos. Um exemplo é a novata Bruna Dias Furlan (PSDB-SP). Aos 27 anos, ela foi a terceira deputada mais votada de São Paulo e faz sua estreia em Brasília após receber as bênçãos do pai, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PMDB-SP).
Ela chega à Casa como candidata a musa da Câmara, posto que será disputado palmo a palmo com a agora “veterana” gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB) e outras 42 parlamentares que formam a bancada feminina. Bruna é também parte do grupo de deputados novatos que se declaram ligados às questões religiosas.
Bruna faz parte ainda de um grupo de apenas 3% de deputados que têm entre 21 e 29 anos. A idade mais comum entre os deputados é entre 50 e 59 anos – 35% deles. O mais jovem deles é Hugo Motta (PMDB-PB), que se elegeu para o posto aos 21 anos – a idade mínima permitida. Até a eleição, Motta, que é filho e neto de políticos da Paraíba, era estudante de medicina.
O deputado mais jovem da atual legislatura é neto do ex-deputado federal Edvaldo Motta e da deputada estadual Francisca Motta (PMDB-PB), que está no quinto mandato. O pai, Nabor Wanderley, é prefeito de Patos pela segunda vez, também pelo PMDB.
O deputado mais velho da Casa da atual legislatura será Vicente Arruda (PR-CE), jornalista, advogado e cientista político que, aos 81 anos de idade, chega ao seu quarto mandato. O deputado com maior número de mandatos, no entanto, é Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) que, aos 62 anos, chega ao seu 11º mandato seguido.
Ainda segundo estatísticas divulgadas pela Câmara, as profissões mais comuns entre deputados são as ligadas ao Direito – 78 parlamentares são juristas ou advogados, por exemplo. Cinquenta deles são profissionais da saúde, 49 da educação e 33 ruralistas. Detalhe: 29 deputados dizem não ter profissão exata.
Dilma deve ter mais
apoio do que Lula
A nova composição da Câmara dará à presidenta Dilma Rousseff (PT) uma fileira de aliados maior do que a encontrada pelo antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, em seus oito anos de governo. Hoje, 307 deputados são governistas – entre eles o próprio Tirirca (foto) -, contra 276 que tomaram posse em 2007, início da última legislatura.
O número de opositores caiu de 156 para 111, e os parlamentares considerados neutros passaram de 81 para 95. O PT, por exemplo, ganhou cinco novos deputados e, com 88 eleitos, tem hoje a maior bancada da Casa.
Os principais partidos de oposição, PSDB e DEM, encolheram em relação ao resultado das urnas quatro anos atrás: são hoje 53 tucanos (contra 66 na última legislatura) e 43 deputados do DEM (65 em 2006, quando o partido se chamava PFL). No Senado, onde Lula sofreu suas maiores derrotas – como o fim da CPMF – 43 dos 54 parlamentares eleitos são de partidos da coligação da presidenta.
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FOTO: Agência O Globo