Com uma representante na Câmara de Vereadores e um ocupando o cargo de vice-prefeito no município, Partido Trabalhista Brasileiro espera crescer no futuro, já trabalhando nomes para as eleições de 2014.
Gustavo Fritzen [email protected] (Siga no Twitter)
Já faz tempo que o Partido Trabalhista Brasileiro não tem dois vereadores em Novo Hamburgo – hoje, Patrícia Beck é a única representante. A última vez que aconteceu foi no ano de 2004, quando Renan Schaurich e Jesus Maciel Martins assumiram cadeiras no Legislativo.
No entanto, o partido avalia que vive “um bom momento” atualmente, segundo o presidente da sigla no município, Álvaro dos Santos Silva, há mais de 40 anos de vida pública. Em visita ao novohamburgo.org, ele destacou o fato de um dos filiados do partido ocupar um dos cargos públicos mais importantes do município: Roque Serpa, vice-prefeito hamburguense. Com planos para projeções regionais, a estimativa é de um futuro crescimento.
Silva e Patrícia estiveram na sede do novohamburgo.org e adiantaram suas expectativas para as eleições que acontecem no próximo ano. Polêmicas de âmbito regional e nacional também foram debatidas, como um projeto envolvendo os taxistas na Capital do Calçado e a descriminalização das drogas. Confira nos tópicos abaixo.
Atenção para as eleições em 2014
Atualmente, a sigla conta com aproximadamente 1.600 filiados em Novo Hamburgo, contando com 10 delegados, sendo que dois são da executiva, quatro da juventude e outros quatro da mulher. O presidente hamburguense do Partido Trabalhista Brasileiro lembra que “na época do Airton [Prefeito de Novo Hamburgo 01/01/1997 à 31/12/2000 e 01/01/2001 à 31/12/2004] havia uma mobilização muito grande”. “Fazíamos uma reunião entre 120 até 150 pessoas. Nós íamos para a rua, fazíamos campanha”, recorda. Um dos motivos da queda do partido no município foi um atrito de opiniões entre Geraldo Finck e Renan Schaurich, pontua Silva.
Ainda assim, os olhos do PTB já estão voltados para as próximas eleições, em 2014. Ademir Schneider já é candidato indicado para o diretório regional. Falta agora decidir se ele será deputado estadual ou federal e quem poderá ser o parceiro que fará a “dobradinha” e ocupar o outro cargo.
Álvaro dos Santos Silva disse que não há qualquer interesse de Serpa (foto ao lado) em concorrer ano que vem. Reforçou, inclusive, que o vice-prefeito de Novo Hamburgo não quer se tornar um parlamentar tão “assíduo”. Quanto à atual vereadora, o presidente petebista salientou que se ela tiver o desejo de ser deputada estadual, no dia seguinte já haveria “uma grande reunião” com a militância para decidir o que seria feito para apoiá-la.
A atual comissão do partido na cidade é composta por Álvaro dos Santos Silva (presidente), Jurema de Lima Pieper (vice-presidente), Iara Beatriz Berg (secretário-geral), Jurimita Sirlei Pereira (secretário-adjunto), Paulo Roberto Araújo (tesoureiro-geral), Iolita Oliveira Schneider (tesoureiro adjunto), Fabio de Camargo Focesi (secretário-jurídico), Décio Luis Cardoso (vogal) e Irdom Samuel Schmidt (vogal). Dentre suas principais lideranças de nível estadual estão Sérgio Zambiasi (eleito senador do Rio Grande do Sul em 2002), Luís Augusto Lara (eleito deputado estadual por quatro vezes) e Jurandir Maciel (também deputado), entre outros.
ALIANÇAS – O Partido Trabalhista Brasileiro possui uma relação de alianças com o Partido dos Trabalhadores – PT a nível nacional. Este contato já aconteceu quando Luís Inácio Lula da Silva se elegeu para presidente pela primeira vez, no ano de 2002. Passada mais de uma década, o apoio aos petistas deve continuar: a reeleição do atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, é apoiada pelos petebistas.
Lideranças “diferenciadas” em Novo Hamburgo
Saber que Roque Serpa e Patrícia Beck não dependem exclusivamente de seus empregos em cargo públicos é motivo de orgulho para Álvaro, que avalia que isso os transforma em “lideranças diferenciadas”, na comparação com outros políticos. “Eles não precisam fazer certos favores para manterem seus cargos”, afirma.
Frente aos elogios, Patrícia (foto ao lado) se mostra satisfeita com o momento que vem vivendo, com o apoio do PTB como um dos diferenciais. “Hoje eu não sou uma vereadora sozinha dentro da Câmara”, comenta. “Estou tendo respaldo de verdade e isso me enche cada vez mais de alegria.”
Este tratamento, Silva garante, “não ocorre apenas por ela ser mulher, mas sim pelas convicções políticas que ela tem”. “Ela não aceita condicionamento e pensa de forma globalizada, de um modo que aquilo que aquilo possa tomar a atitude venha em benefício da sociedade”, justifica.
“Política é coisa séria. Infelizmente a população ainda tem um pé atrás com o político. As pessoas que vão praticar política deveriam estar mais preparadas para as responsabilidades que têm”, avalia Silva, reforçando que, como presidente do partido, não deixará a imagem de falta de responsabilidade se aplicar ao PTB de Novo Hamburgo.
Descriminalização de drogas no Brasil
Alvo de inúmeras discussões pelo país, o projeto de lei que pretende descriminalizar as drogas tem gerado inúmeras discussões. Em casos mais recentes, personalidades políticas como o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, se mostraram favoráveis à proposta.
Frente a inúmeras discussões, o PTB promete realizar uma reunião em breve entre membros da sigla para decidir seu posicionamento nesta situação. Silva afirma que a decisão será tomada de forma partidária. “Tem tanta coisa para se pensar neste país e para resolver”, pondera. “Nós não podemos nos perder com discussões para esconder o principal, os problemas que enfrentamos dentro da nossa sociedade.”
Polêmica dos táxis
A Câmara Municipal de Vereadores de Novo Hamburgo discute atualmente um projeto que aborda as licenças dos profissionais da área na cidade.Álvaro dos Santos Silva, que também exerce a função de Diretor de Transportes da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana – SESMUR informou que não adianta “querer agradar os taxistas”.
O principal problema, conforme Silva, é a venda ou transferência de licenças, algo proibido por leis atualmente – mas netos de alguns taxistas “herdam” o documento para exercer a função. A situação é regrada pela Lei das Concessões, criada entre os anos de 1985 e 1989. “Mas nem isso eles querem reconhecer”, critica o presidente do PTB hamburguense.
“Eles não discutem todo o projeto”, corrobora Patrícia. “Tem esses 32 taxistas que foram considerados irregulares naquela licitação no governo Airton.Há um parágrafo que diz que não pode acontecer a transferência. Eles acham que podem deixar para os filhos se morrerem. É nisso que eles estão se aplicando.”, explica a vereadora.
TARIFA – Um pedido do Sindicato dos Taxistas de Novo, que diz respeito a um possível reajuste no valor da “corrida”, já está protocolado. Porém, antes de passar para outras autoridades aprovarem será feito um levantamento que estudará a situação. Parte disso se deve em razão de que, quando o ex-prefeito da cidade, Tarcísio Zimmermann, assumiu o cargo, fazia três ou quatro anos que esta taxa do serviço não sofria modificações.
“Temos que entender o custo para se deslocar. O reajuste dado na época do Tarcísio, em 2011, foi sobre o quilômetro rodado, não sobre a bandeirada. Agora,b eles também estão pedindo sobre a bandeirada”, lembra Álvaro.
