Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproveitou o momento para anunciar a instalação da sede do Museu da Diversidade Sexual, na Avenida Paulista.
Da Redação ([email protected]) (Siga no Twitter)
Embalados pela música eletrônica, milhares de pessoas aproveitaram a tarde de sol deste domingo para celebrar a diversidade na avenida Paulista.
Neste ano, a 18ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), que tradicionalmente ocorre em junho, foi antecipada para não coincidir com a Copa do Mundo.
“Mudamos (a data) pensando no bem-estar de quem veio para a parada. Porque eu tive a informação que 40% da rede hoteleira estão reservados para a Copa. E a parada ocupa 100%”, explicou o presidente da associação da parada, Fernando Quaresma.
Um dos maiores eventos em prol da diversidade sexual do mundo, neste ano a parada sai as ruas com o lema: “País vencedor é país sem homolesbotransfobia. Chega de mortes!”.
“O que querem os gays na avenida que é o maior símbolo do capital? Nós queremos respeito. Queremos dignidade”, sintetizou o sócio-fundador da associação da parada, Nelson Matias, sobre o espírito do evento. “Amar quem eu quero é um direito de foro íntimo. A sociedade tem que respeitar e o governo, garantir”, acrescentou ao participar da entrevista coletiva de abertura do evento.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvati, disse que a comunidade LGBT deve aproveitar a mobilização conseguida com a parada para pressionar o Parlamento pela aprovação de projetos contra o preconceito. “Vocês colocam 2 ou 3 milhões de pessoas na rua. Vocês precisam transformar isso em votos no Congresso Nacional. Porque essa imagem de poder do homem branco, rico e hétero está instalada lá”, ressaltou a ministra.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, destacou que, apesar do clima festivo, a parada ainda remete a temas de grande seriedade. “Nós entendemos que isso aqui é uma parada cívica. Para nós, infelizmente, ainda não é uma festa”, disse o prefeito, que lembrou as “atrocidades” cometidas por pessoas que têm preconceito.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproveitou o momento para anunciar a instalação da sede do Museu da Diversidade Sexual, na Avenida Paulista. A instituição funciona atualmente na Estação República do metrô, onde recebeu cerca de 35 mil visitantes ao longo do ano passado.
O governo trabalha agora para a desapropriação indireta de um casarão do século 19, remanescente do início da ocupação da região. “Quem passar na Paulista vai ver uma casa em mau estado. Mas ela será restaurada para ser o Museu da Diversidade”, anunciou o governador.
A associação não informou, no entanto uma expectativa de público para o evento. Os participantes, que lotavam a avenida no início da tarde, começaram a chegar já pela manhã e a se concentrar perto do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Por volta das 14 horas, a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, passava pela Rua da Consolação rumo à Praça da República, onde ocorrerão os shows de encerramento.
Informações de cp/estadão
FOTO: reprodução / Fabio Arantes / SECOM-SP