Maior parcela dos desocupados consultados pelo IBGE tinha entre 16 e 24 anos; resultado é efeito da crise internacional. –
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Uma mostra da evolução de emprego e renda do brasileiro, fornecida pela Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar – Pnad, revela que o número de desempregados subiu quase dois dígitos (18,5%) sobre 2008.
Se levada em conta a série que exclui a região rural do Norte do país, trata-se da maior elevação da última década. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira, dia 08, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. O ano, porém, foi de melhora na qualidade do emprego, com ganho real de poder de compra e abertura de vagas com carteira de trabalho assinada, revela o Pnad.
Os setores que apontaram cenário mais obscuro para o emprego foram indústrias de transformação e agrícola e limpeza urbana e esgoto.
Os jovens estão entre os mais atingidos. A maior parcela (42,2%) das pessoas que estavam à procura de emprego tinha entre 16 e 24 anos. Menos experientes, os mais jovens foram mais afetados pela crise internacional.
O segmento entre 15 e 17 anos registrou o pior desempenho, passando de uma taxa de desemprego de 20,6%, em 2008, para 23,4%.
A pesquisa também apontou que o cenário permanece bastante desigual entre homens e mulheres no mercado de trabalho. As mulheres eram maioria da população brasileira, mas também “campeãs” de desemprego e derrotadas da renda, ganhando salário em média muito inferior ao de homens. Elas recebiam, em 2009, em média 67,1% do salário recebido pelos homens. Em 2004, por exemplo, essa proporção era menor: 63,6%.
“O que segurou o emprego em 2009 foi o impacto da crise no Brasil. O primeiro semestre foi de impacto muito forte e menor no segundo a tal ponto que o PIB só caiu 0,2% em 2009”, aponta Eduardo Nunes, presidente do IBGE. “A formalização do mercado de trabalho contribuiu para amenizar no Brasil o impacto da crise. Mesmo que não tenha sido alterada a legislação trabalhista, a fiscalização está aumentado”, comenta.
Informações de O Globo
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