Na próxima segunda-feira, 17 de agosto, é dia de comemorar o Dia do Patrimônio Histórico. Data que tem um grande significado para o Município. Desde o dia 8 de maio, Novo Hamburgo faz parte do seleto grupo de cidades que possuem sítios reconhecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Antes disso, no Rio Grande do Sul, apenas as cidades de General Câmara, Jaguarão, Porto Alegre e Santa Tereza receberam a condecoração.
O tombamento protege cerca de 70 edificações localizadas no bairro Hamburgo Velho, berço da imigração alemã, 400 obras do artista Ernesto Frederico Scheffel, falecido em 16 de julho deste ano, e o Parque Henrique Luiz Roessler, o Parcão, considerado o último lote íntegro da colonização alemã. Conforme o prefeito Luis Lauermann, ter Novo Hamburgo neste grupo especial é uma honra para todos nós hamburguenses. “Esta é uma conquista imensurável e que elevou o status de nossa cidade de forma extraordinária”, relata.
Segundo diretor de Cultura, Eliandro Cantini, a data representa um momento de reflexão sobre as responsabilidades compartilhadas da comunidade e Poder Público quanto ao seu legado. “Estamos construindo um diálogo aberto com todos os moradores de Novo Hamburgo, sobre essa honra recebida, para que possam nascer iniciativas conjuntas a fim de fortalecer a consciência da preservação histórica da cidade”, destaca.
Para que os cidadãos que moram no Centro Histórico ou possuem estabelecimentos comerciais compreendessem a importância que seus imóveis ocupam no cenário cultural brasileiro, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura (SECULT), organizou o seminário “Patrimônio Histórico e Tombamento Nacional: aberturas, desdobramentos e desafios à cidade”, que contou com a presença do superintendente do Iphan, Eduardo Hahn. O encontro teve como objetivo tirar as principais dúvidas dos proprietários dos imóveis tombados e trazer experiências exitosas dos municípios de Ivoti e Jaguarão.
Tombamento histórico
Segundo Eduardo Hahn, o processo de Hamburgo Velho virar um Centro Histórico Nacional, teve suas primeiras articulações ainda na década de 70 e, ao longo dos anos, foi se fortalecendo por meio de tombamentos como o de 1985, da Casa Schmitt-Presser. Em 2010, devido a conclusão do inventário dos imóveis a serem tombados na região, foi possível ter, em 2015, o processo de tombamento finalizado.
Segundo o Ipahn, desde 2000, o instituto tomba não apenas a edificação, mas a ambiência que cerca os bens tombados, o que inclui o leito das ruas, as calçadas, a pavimentação e até a vegetação do local. Nessa perspectiva, é permitido ao proprietário vender, alugar e passar o imóvel adiante por meio de herança ou transação comercial legal. Porém, em caso da necessidade de qualquer modificação na estrutura, essa só poderá ser realizada após a autorização do instituto, já que as edificações não têm permissão para serem descaracterizadas ou destruídas.
Sobre o Dia do Patrimônio Histórico
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão que protege e preserva os bens culturais do Brasil. Criado pela Lei nº 378, de 1937, no governo Getúlio Vargas, o instituto é vinculado ao Ministério da Cultura.
A data é uma homenagem ao historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade, nascido em Belo Horizonte em 17 de agosto. Andrade comandou o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan, atual Iphan), desde sua fundação em 1937 até o ano de 1967.
Foto:Diogo Garcia Fernandes