Ex-diretor do governo de Nelson Mandela promoveu palestra sobre comportamentos históricos do racismo não só na África do Sul, onde ocorreu o Apartheid, mas também no mundo.
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Com o tema “África do Sul: Construção da Liberdade”, Frank Chikane, ex-Diretor-Geral do escritório do vice-presidente do governo de Nelson Mandela, surpreendeu na palestra realizada nesta quarta-feira, 22, no Salão de Atos da Prefeitura.
“Uma aula de vida, de experiência política, de experiência, e de superação”, definiu o Coordenador de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial (COMPPIR) de Novo Hamburgo, Eduardo Tamborero. Participaram da palestra o prefeito Tarcísio Zimmermann, secretários do Município, demais servidores da prefeitura e alunos de escolas de Novo Hamburgo.
Chikane abordou aspectos históricos do racismo não só naquele país, mas também no mundo. Ele ainda falou das experiências pelas quais passou durante o regime do Apartheid, que dividiu a África do Sul por grupos raciais entre os anos de 1948 e 1994. Frank Chikane se refere ao momento como “o racismo legalizado”. E que, após o governo Mandela, pôde se instituir uma nação mais igualitária, mas que não esconde sua raiz histórica.
A construção da liberdade
O principal argumento defendido pelo ex-diretor do governo de Mandela é que o racismo não é natural, e sim resultado de processos históricos e de condições materiais. Para ele, os governos têm a obrigação de cuidar dos grupos menos favorecidos, por que os ricos, segundo ele, sempre terão formas de sobreviver. E no grupo de menos favorecidos se encontra o negro. “O verdadeiro desafio é mudar as condições materiais e aí sim venceremos o racismo”, argumenta.
No âmbito das políticas afirmativas, Chikane acredita que a sociedade deve corrigir o seu passado histórico por meio da nova geração de povos e culturas. “Quando modificamos as leis normatizamos a sociedade, e o racismo, de certa forma, é apagado, mas não corrigido”.
Homenagem
A artista plástica Raquel da Silva, 23 anos, que possui deficiência auditiva, entregou, junto ao prefeito Tarcísio, uma coletânea com suas obras. Chikane retribuiu. “Agradeço a gentileza, e saiba que ao chegar à África pedirei uma reunião com Mandela para mostrar que, em Novo Hamburgo, existem trabalhos como este, feito por você”, disse.
Informações de Imprensa PMNH
FOTOS: Luan Iglesias