De 2003 para cá, representação da economia informal no PIB caiu de 21% para 17,2%. Atividade corresponde ao PIB da Argentina.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
De acordo com a Fundação Getulio Vargas – FGV, 17,2% do Produto Interno Bruto – PIB brasileiro é referente à economia informal, que movimentou R$ 653,4 bilhões neste ano.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, dia 1°, os dados do Índice de Economia Subterrânea – IES. Segundo o estudo, o setor encolheu 1,1% em relação a 2009. Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia – Ibre da FGV, a queda do IES vem ocorrendo desde 2003, quando a economia subterrânea representava 21% do PIB.
“Isso é sem dúvida uma boa notícia, que mostra uma formalização crescente da economia brasileira e aponta que os esforços do governo, como a criação do Simples e do Super Simples, estão surtindo efeito”, avaliou.
Barbosa Filho destacou que dois fatores explicam boa parte desse processo: o crescimento consistente da economia brasileira e a expansão do crédito. “Com o crescimento elevado e consistente da economia, o empregador se sente mais confortável na hora de contratar e formalizar seu empregado”, explica. “Além disso, para terem acesso ao crédito abundante para se modernizar e aumentar sua competitividade, as firmas precisam ser formais. Isso também acontece com o trabalhador, que precisa comprovar renda se quiser financiar uma casa ou um carro.”
O economista acrescentou que a queda da economia subterrânea também traz benefícios ao Estado, já que muitas as atividades que a formam sonegam impostos, deixam de contribuir para seguridade social e não cumprem regulamentações trabalhistas.
Economia informal brasileira ainda
corresponde ao PIB da Argentina
O responsável pelo estudo ressaltou, no entanto, que, apesar da redução da atividade no país, ela ainda corresponde ao PIB da Argentina ou a duas vezes o PIB do Chile.
“Além disso, está aquém do observado em economias desenvolvidas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia subterrânea corresponde a 10% do PIB. Apesar da evolução, essas atividades ainda têm um tamanho importante no Brasil”, avalia.
Para realizar o levantamento, os pesquisadores levam em conta os dados da Pesquisa Mensal de Emprego – PME do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. O estudo, feito em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, foi divulgado pela primeira vez em 2007, mas com dados retroativos até 2003.
Informações de Agência Brasil
FOTO: ilustrativa / Evandro Seixas