Negócio foi fechado em R$ 311 milhões, sendo R$ 96 milhões pagos aos atuais sócios e R$ 200 milhões a bancos com os quais a Webjet tem dívidas.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O presidente da Gol Linhas aéreas, Constantino de Oliveira Junior, afirmou nesta segunda-feira, dia 11, que a marca Webjet deverá desaparecer no futuro, caso a compra da companhia pela Gol seja concretizada e aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade e pela Agência Nacional de Aviação Civil – Anac.
Em teleconferência para detalhar o negócio, o executivo disse que não vê perspectiva de aumento de tarifas nem demissões por causa da aquisição, e que a intenção da Gol é renovar a frota da Webjet.
Ele diz que ainda não comunicou oficialmente o Cade sobre o negócio; pela lei, o órgão regulador precisa ser avisado em até 15 dias do anúncio. No entanto, a Gol anunciou um acordo de compra da Webjet na sexta-feira, 08.
O negócio foi fechado em R$ 311 milhões, dos quais cerca de R$ 96 milhões serão pagos aos atuais sócios e R$ 200 milhões são dívidas da Webjet com bancos. Segundo Leonardo Pereira, vice-presidende financeiro da Gol, os principais credores da Webjet são os bancos Bradesco, Safra e Citibank. As dívidas vencem até 2015.
De acordo com a previsão de Oliveira Junior, a aquisição não deverá resultar em aumentos de tarifas para o consumidor. “Entendemos que com a compra da Webjet a Gol se fortalece, passa a ter condições de oferecer mais serviços, tornar o serviço mais atraente por um custo baixo para os nossos clientes”, disse o executivo. Ele afirma que o processo de consolidação do setor é uma “tendência mundial” e não traz prejuízos ao consumidor.
“É muito importante conseguir escala, se tornar menos suscetível ao preço do petróleo ou à oscilação da demanda. (…) No mundo desenvolvido existe a concentração e não significa que o consumidor seja prejudicado”, avaliou. Além disso, citou que, mesmo quando o mercado brasileiro era dominado por somente duas companhias (TAM e Gol), o preço médio das passagens não deixou de decrescer ao longo dos anos.
Objetivo é renovar frota da Webjet
Segundo o executivo, a Gol pretende renovar a frota da Webjet para adequá-la aos padrões atuais da Gol, que tem 115 aeronaves Boeing Next Generation 737-700 e 737-800, mais modernas que os 24 Boeing 737-300 atualmente operados pela Webjet.
“Estamos imaginando que se o Cade e a Anac aprovassem hoje a operação, por exemplo, poderíamos renovar toda a frota em 18 a 24 meses”, estimou. Para Constantino, o fato de as duas companhias operarem Boeings deve baratear o custo de treinamento de pessoal na renovação. “Conseguiremos renovar a frota sem grandes investimentos em pessoal”, estima.
Além disso, avalia o executivo, o custo de operação das companhias por assento é parecido. “Não teremos que fazer uma reestruturação grande para que consigamos imprimir o ritmo da Gol naquilo que hoje é a frota da Webjet.”
A estimativa da companhia é de que a integração gere sinergia de R$ 100 milhões em dois anos após a aprovação do negócio.
Gol não prevê demissões, diz empresário
Constantino Oliveira Junior disse ainda que a empresa não prevê demissões em caso de concretização do negócio, porque a Webjet já tem um quadro de funcionários que ele definiu como “enxuto”, sem excesso de funcionários e com um nível de terceirização mais alto que da Gol.
“Por ter um quadro tão enxuto não acredito que haja um processo de demissão, pelo contrário, a gente tem condições de, à medida que renovar a frota e tornar o processo da Webjet mais produtivo, nos permitir provavelmente a continuação do processo de contratação que já temos hoje”, disse.
Informações de Agência Brasil
FOTO: ilustrativa / aeroportosbrasil