Ricardo Neis responderá por 17 tentativas de homicídio qualificadas por atropelar os ciclistas que pertenciam ao grupo Massa Crítica.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O motorista que atropelou um grupo de ciclistas em fevereiro de 2011, em Porto Alegre, vai a júri popular. A decisão foi tomada ontem pela juíza Carla Fernanda De Cesaro, da 1ª Vara do Júri da Capital, e confirmada nesta sexta-feira pelo Tribunal de Justiça do Estado – TJ/RS.
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O funcionário do Banco Central, Ricardo Neis, responderá por 17 tentativas de homicídio qualificadas. Os ciclistas, que pertencem ao grupo Massa Crítica, foram atropelados por um Golf preto pouco depois das 19horas do dia 25 de fevereiro do ano passado, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, no bairro Cidade Baixa. O motorista, Ricardo Neis, fugiu do local.
Neis se apresentou três dias depois, alegando legítima defesa. Denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio, o funcionário do Banco Central foi internado por um tempo em uma clínica psiquiátrica, na zona Sul, e chegou a ficar alguns dias detido, mas acabou conquistando, em março do mesmo ano, junto ao TJ, o direito de responder ao processo em liberdade.
A promotora Lúcia Helena Callegari sustentou que, ao acelerar o automóvel contra as vítimas, Neis ocasionou lesões corporais comprovadas por boletins de atendimento médico. Conforme a promotora, os crimes foram praticados por motivo fútil, tendo em vista que o denunciado queria acelerar seu. Em sua defesa, através de advogados, ele alegou que teria sofrido agressões de integrantes da manifestação e, por isso, decidiu acelerar.
Em dezembro, um grupo de ciclistas do Massa Crítica realizou um protesto em frente ao Foro Central de Porto Alegre. Neste dia, Ricardo Neis foi interrogado dentro do processo penal. Quatro testemunhas arroladas pela defesa também prestaram depoimento.
A juíza Carla Fernanda De Cesaro salientou que neste momento não é possível excluir que a ação de Neis teve a intenção de matar, o que o dispensaria do julgamento pelo Júri Popular. Ela acolheu a tese do Ministério Público de que o recurso empregado pelo réu dificultou a defesa das vítimas, pois estavam de costas para ele no momento do atropelamento.
Informações de Correio do Povo
FOTO: Tarsila Pereira / CP