Pior taxa até então era de 14% de aprovados, entre os 95,7 mil inscritos, o que aconteceu no primeiro exame de 2010.
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O resultado final do último exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, realizado em dezembro de 2010, é o pior da história da entidade: apenas 9,74% dos bacharéis em Direito foram aprovados de um total de 116 mil inscritos.
Os dados são do Conselho Federal da OAB obtidos pela reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. Nesse universo também estão incluídos os treineiros, os estudantes do último ano da graduação, que tiveram um desempenho superior ao dos diplomados.
Até então, o pior índice do país era de 14% de aprovados, entre os 95,7 mil inscritos no primeiro exame feito pela OAB no ano passado, de acordo com o jurista e cientista criminal Luiz Flávio Gomes, fundador da rede de ensino LFG.
O exame foi unificado em 2010, o que, segundo Gomes, ajuda a explicar o aumento da reprovação: a porcentagem de aprovados, na média entre os três concursos anuais, caiu de 28,8%, em 2008, para 13,25%, em 2010. Antes, cada estado fazia sua seleção, o que possibilitava, segundo a OAB, que um candidato se submetesse a provas mais fáceis em algumas regiões do país.
Especialistas acreditam que o mau desempenho dos candidatos é mais profundo: está associado à má qualidade da educação básica e do ensino superior, à falta de dedicação do aluno e à abertura indiscriminada de faculdades de Direito.
Problema começa na educação
básica, diz coordenador
Para Marcelo Tadeu Cometti, coordenador de pós-graduação no Complexo Damásio de Jesus, o problema começa na educação básica. “O aluno não tem formação para entender o que é oferecido no ensino superior, e a culpa é do Estado”, diz. “Se os docentes das melhores universidades de São Paulo forem colocados para lecionar nessas faculdades de baixo índice de aprovação, os resultados não serão melhores.” Para ele, aluno com má formação e sem hábito de leitura não é aprovado.
Mesmo com o alto índice de reprovação, o exame continua sendo defendido. “O advogado lida com liberdade e bens patrimoniais dos cidadãos. Espera-se que saiba ao menos redigir uma petição ou iniciar um processo”, afirma o coordenador-geral do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho. “É isso que a prova avalia.”
Vice-presidente da Comissão Nacional do Exame de Ordem, Edson Cosac Bortolai diz que a prova “impede que um advogado despreparado ofereça serviços. “Seria um prejuízo social muito grande.”
Informações de portal G1
FOTO: ilustrativa / oabdescomplicada