Denúncias publicadas na imprensa sobre o enriquecimento de Palocci “atrapalham o andamento do governo”, de acordo com Gilberto Carvalho.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O governo está convencido que não pode dar margem a novos ataques contra o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e considera que a oposição partiu para “uma guerra política” contra o governo da presidente Dilma Rousseff, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Na avaliação do ministro, a presidente estava ciente de que em algum momento a oposição “trabalharia para desestabilizar o governo”. Palocci, ministro mais influente no governo Dilma, virou o principal alvo depois de publicação de reportagens sobre seu aumento patrimonial por meio de sua empresa, a consultoria Projeto.
O ministro Gilberto Carvalho admitiu que as denúncias publicadas na imprensa sobre o enriquecimento de Palocci e a atuação de sua consultoria “atrapalham o andamento do governo”.
Diante desse diagnóstico, a presidente decidiu abordar o caso do ministro na reunião de coordenação política desta segunda-feira, 23, da qual participam ministros que despacham no Palácio do Planalto e o vice-presidente Michel Temer.
Uma fonte do Palácio, que pediu para não ter seu nome revelado, disse à Reuters que a presidente ordenará aos aliados que saiam em defesa explícita do principal ministro do governo e não dêem terreno para a oposição no Congresso.
Repercussão das denúncias
A oposição tenta usar no Congresso todas as possibilidades que tem para convocar Palocci a prestar explicações em comissões. Parlamentares opositores querem ainda obter assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista para investigar o enriquecimento do ministro e se ele praticou tráfico de influência com a Projeto.
O discurso do governo se mantém o mesmo desde que surgiram as primeiras informações contra o ministro, no dia 15 de maio. Os argumentos são que Palocci não agiu fora da lei, tomou as precauções necessárias antes de assumir o cargo, consultando a Comissão de Ética da Presidência para mudar o ramo de negócios da consultoria e, até agora, não apareceram problemas fiscais com a Projeto. “Ele se salvou até agora, porque tomou todos os cuidados”, afirmou Carvalho.
Nem mesmo a ação da Procuradoria-Geral da República, que na sexta-feira pediu explicações a Palocci sobre seu aumento patrimonial e as atividades da empresa, causaram surpresa no núcleo mais próximo de Dilma. “O procurador-geral pediu explicações porque é uma praxe”, argumentou o ministro.
Informações de Reuters
FOTO: reprodução / Fábio Rodrigues Pozzebom-ABr