Número é desproporcional ao orçamento e dimensão do município de pouco mais de quatro mil habitantes, conforme o promotor Fernando Bittencourt.
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Dados da campanha eleitoral deste ano incluídos no sistema do Tribunal Superior Eleitoral – TSE demonstram que a estimativa de gastos da campanha do prefeito reeleito de Jaquirana, Ivanor Renato Rauber (PP), era de R$ 5.131.700.
O número é desproporcional ao orçamento e dimensão do município de pouco mais de quatro mil habitantes, conforme o promotor de Justiça de Bom Jesus, responsável pela comarca de Jaquirana, Fernando Bittencourt. Em nível de comparação, o prefeito José Fortunati de Porto Alegre, com população de 1,4 milhões de habitantes, tinha uma previsão de gastos de R$ 10,5 milhões.
Outros candidatos de partidos menores tinham orçamento inferior ao valor do prefeito do município da Serra. Jocelin Azambuja, do PSL, por exemplo, tinha previsão de gastos de R$ 900 mil. Outra inconformidade que será analisada é o número de eleitores, já que a cidade conta com 4.177 moradores e 4.123 votantes. O promotor acredita que a coligação tenha recebido apoio financeiro para proporcionar os materiais e dinheiro entregues aos moradores em troca de votos.
A polícia irá oferecer delação premiada, diminuição da pena ou absolvição, às pessoas que receberam os benefícios para que contribuam com a investigação. Bittencourt relatou que os envolvidos serão denunciados e responderão a processo, mas podem ficar isento da pena. A polícia irá colher os depoimentos dos envolvidos e encaminhar, em até 30 dias, o inquérito ao Ministério Público. Após, o promotor terá cinco dias para decidir se oferecerá denúncia contra os suspeitos.
Moradores de Jaquirana ficam revoltados com operação
Na manhã desta quarta-feira, dia 31, três pessoas foram presas por envolvimento em corrupção eleitoral no município: Ivan Lauro Rauber, 40 anos, filho do prefeito reeleito, o vereador reeleito pelo terceiro mandato Orestes Ângelo Andelieri, 55 anos, e o coordenador de campanha do prefeito, José Evandro Pereira dos Reis, 39 anos.
Apoiadores da coligação UniJaq se revoltaram e tentaram impedir a operação Democracia Plena da Polícia Civil e o deslocamento de viaturas. Durante as investigações, mais de 15 mil ligações foram interceptadas e comprovaram que os suspeitos ofereciam vantagens para moradores votarem nos candidatos da coligação à prefeitura e vereança.
Os indiciados nos inquéritos ficarão sujeitos a penas que podem chegar a 25 anos: 12 anos por peculato, seis por transporte de eleitores, quatro por crime eleitoral e três por formação de quadrilha. Os presos foram encaminhados ao Presídio Estadual de Vacaria, onde ficarão à disposição da Justiça Eleitoral.
Informações de Correio do Povo
FOTO: ilustrativa / redesul