Raquel Pacheco, ex-garota de programa conhecida como Bruna Surfistinha, justifica o sucesso do livro a partir da curiosidade e a falta de compreensão das pessoas sobre masoquismo.
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A ex-garota de programa Raquel Pacheco, autora do livro O doce veneno do escorpião (2005), com 285 mil cópias vendidas, defende o livro 50 tons de cinza Fifty shades of Grey, de Erika L. James.
Para Raquel, também conhecida como Bruna Surfistinha, Fifty shades of Grey é literatura erótica “pioneira”. O livro fala sobre o romance entre Anastasia Steele, uma estudante de 21 anos virgem, e Christian Grey, jovem e milionário empresário, homem de hobbies caros e comportamento controlador, adepto de açoitadas e outros fetiches dolorosos durante o sexo.
Ela participa da 22° Bienal de São Paulo nesta quinta-feira, dia 16. A curiosidade e a falta de compreensão justificam, na opinião de Raquel, o sucesso do livro 50 tons de cinza Fifty shades of Grey, de Erika L. James, recém-lançado no Brasil pela editora Intrínseca.
Ele superou os 30 milhões de exemplares vendidos desde o lançamento, em 2011. No Brasil, já foram comprados 100 mil. “Tive a chance de conversar com clientes masoquistas, e perguntar. Eu tinha interesse em saber por que eles tinham prazer em sentir dor. Ninguém nunca soube me explicar”, explica Raquel.
Na época em que trabalhava como garota de programa, Raquel teve que caminhar pelas costas de um homem usando sapatos de saltos finos e altíssimos. A proposta partiu do próprio cliente, que tinha apreço pela dor provocada por tais calçados. “Eu já não me senti bem, fiquei preocupada, via as marcas, os hematomas. Eu comentava que estava machucando, mas era isso que ele queria. Foi a única experiência que eu tive. Não compreendi e não gostei.”
A prática, na visão da escritora, exerce na sociedade atual o valor de imoralidade já associado às garotas de programa. As descrições da relação sexual entre Anastasia e Grey podem ser lidas a partir da página 100. Na biografia de Raquel, não há preliminares: elas aparecem logo no início da obra
Além do apelo fetichista da literatura de ambas, Raquel defende outra semelhança: “Quando lancei o livro O doce veneno do escorpião, existiam poucos sobre o tema. No Brasil fui pioneira. Meu livro se tornou um best seller. A semelhança está nisso, um livro que aborda um tema novo na literatura. Ela foi tão pioneira quanto.”
Informações de G1
FOTO: reprodução / Veja