Área cresceu aproximadamente 46% em relação a 2009, mas, de cada 500 alunos que ingressam no curso de formação do Aeroclube de São Paulo, apenas 50 se formam.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Faltam pilotos de avião no Brasil. Os pilotos que se formam aqui estão indo trabalhar no exterior, principalmente na Ásia. Esta foi a conclusão apresentada no Bom Dia Brasil da última quarta-feira, dia 20.
Um dos agravantes da situação é que os cursos de formação são caros – custam mais de R$ 100 mil – e demorados. Algumas escolas não estão sequer equipadas para treinar adequadamente os futuros comandantes.
“Há fuga de pilotos para o exterior, para os países orientais e Emirados Árabes. Há falta de estrutura das escolas aqui do Brasil. Hoje a formação do piloto é cara”, comenta o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves – Appa George Sucupira.
As companhias aéreas precisam cada vez mais de gente capaz de fazer um avião subir e descer. Só nos oito primeiros meses deste ano, quase 99 milhões de brasileiros cruzaram o país ou alcançaram o exterior voando. É um crescimento de aproximadamente 46% em relação a 2009.
Interessados em pilotar aviões não faltam. A sala de aula do curso de formação do Aeroclube de São Paulo vive cheia. De cada 500 alunos que ingressam no curso, apenas 50 conseguem terminar a formação de piloto comercial. O principal motivo para a desistência é o preço.
“Na hora que começar as horas de vôo, eu vou ter que pôr na ponta do lápis e, não vai ser tudo de uma vez. Vai ser um pouquinho um mês, depois outro mês mais um pouquinho. É pesado”, comenta o aluno de pilotagem Rodrigo Oliveira.
Anac
Quem dá a licença para um piloto – o Detran dos ares – é a Agência Nacional de Aviação Civil – Anac. O órgão diz que não estão faltando pilotos, mas admite que o problema pode acontecer em breve. Por isso, começou há dois anos um programa de bolsa de estudos para novos profissionais.
“A gente banca 75%, o aluno banca os outros 25% e com isso a gente reduz um dos principais entraves para entrar na profissão que é o alto custo de formação. Essa é uma das iniciativas. Nós também estamos começando uma bolsa para mecânicos de manutenção de aeronaves, porque não é apenas pilotos que pode faltar, pode faltar mecânicos também. Estamos estudando outras iniciativas para fortalecer os aeroclubes, as escolas de formação, fomentar o surgimento de novas escolas”, avisa o superintendente de capacitação da Anac Paulo Henrique de Noronha.
De acordo com a Organização Internacional de Aviação Civil, as companhias aéreas do mundo vão precisar de 49 mil pilotos por ano, mas só 47 mil são formados anualmente. Não é à toa que muitas dessas empresas vêm buscar profissionais no Brasil.
Informações de Bom Dia Brasil
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