Conselho Federal de Medicina – CFM mostra que cerca de 2,5 mil vagas de internação foram desativadas no Estado, principalmente em pediatria, obstetrícia, cirurgia geral e clínica geral.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O número de leitos no sistema público de saúde no Rio Grande do Sul diminuiu em 10% nos últimos sete anos.
Estudo do Conselho Federal de Medicina – CFM mostra que cerca de 2,5 mil vagas de internação foram desativadas no Estado, principalmente em pediatria (-762 leitos), obstetrícia (-467), cirurgia geral (-374) e clínica geral (-126).
As informações integram uma análise do CFM sobre os aspectos que dificultam o trabalho do médico, como falta de investimento e de infraestrutura. De acordo com dados apurados junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, do Ministério da Saúde, entre outubro de 2005 e junho de 2012, quase 42 mil leitos disponíveis no Sistema Único de Saúde – SUS foram desativados em todo o país.
Para o vice-presidente do CFM, Carlos Vital, é inaceitável a diminuição das condições de internamento no país, uma vez que a necessidade de assistência para a saúde cresce a cada ano. O principal fator para a redução, segundo o diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Lobato, está na migração de leitos do sistema público para o privado.
A medida para melhorar a situação adotada pela Secretaria Estadual da Saúde foca na destinação de recursos para a reabertura de hospitais, como o de Tramandaí, e o aumento da complexidade das tecnologias disponíveis, como no Hospital de Taquara, que agora conta com leitos de UTI.
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul – Cremers, Rogério Wolf Aguiar acredita que, se não houver maior investimento em saúde coletiva, o número de leitos vai continuar diminuindo e o atendimento pelo SUS encolherá:
O investimento na atenção primária e a construção de novas Unidades de Pronto Atendimento – UPAs são soluções apontadas pelo diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial da Secretaria da Saúde, Marcos Lobato, como medidas para contornar o problema.
Falta de investimentos pode ser a principal causa do problema
Com o que recebem do SUS, os hospitais dizem não conseguir cobrir os custos de manutenção dos leitos. Alguns fecharam as portas ou reduziram as vagas por causa do déficit financeiro.
Pelo aumento do atendimento preventivo, atualmente se interna menos crianças com pneumonia e mais idosos e pessoas com traumas, por exemplo. Por isso, em muitos casos não há tecnologia suficiente para o atendimento requerido.
A falta de investimento em tecnologia faz que com os hospitais não consigam atender a demanda atual. A solução não está só na criação de novos hospitais, mas no aumento de vagas com maior complexidade técnica nos já existentes.
Informações de Zero Hora
FOTO: ilustrativa / portal