Entre os adolescentes de 14 a 18 anos, 470 mil revelaram que fizeram uso de maconha no último ano e 600 mil disseram já ter experimentado a droga alguma vez.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos consomem maconha diariamente no Brasil, aponta o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – Lenad realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp.
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Ainda de acordo com o estudo, divulgado nesta quarta-feira, dia 1º, em São Paulo, mais de três milhões de adultos, com idade entre 18 e 59 anos, fumaram maconha no último ano e cerca de oito milhões de adultos (7% dessa parcela da população) já experimentaram maconha alguma vez.
Do total, 62% tiveram o primeiro contato com a droga antes dos 18 anos. Entre os adolescentes de 14 a 18 anos, 470 mil revelaram que fizeram uso de maconha no último ano e 600 mil disseram já ter experimentado a droga alguma vez. Além disso, 17% dos consumidores nessa faixa afirmaram que conseguiram a droga dentro da escola.
Essa é a segunda pesquisa da Unifesp sobre o tema, a primeira foi em 2006, mas é a primeira vez que se tem uma amostragem representativa da população brasileira sobre uso e dependência de drogas e sobre a questão da legalização.
Sobre dependência, 1,3 milhão de adolescentes e adultos disseram ter sintomas disso. A pesquisa custou mais de R$ 1 milhão e foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. A metodologia ficou por conta do instituto Ipsos.
Legalização da maconha no Brasil
Sobre a legalização da maconha no Brasil, 75% dos entrevistados se disseram contrários à proposta. Outros 11% apoiam a causa, 9% não souberam responder e 5% não responderam.
De acordo com psiquiatra Ronaldo Laranjeiras, professor da Unifesp e um dos organizadores do levantamento, o estudo está próximo de um “plebiscito” sobre a proposta de descriminalizar o consumo da maconha no país.
“Há quase 500 mil adolescentes usando maconha regularmente. Isso dá uma visão do tamanho do problema e há um impacto do ponto de vista de saúde pública, desemprego e suicídio”, explica.
Laranjeiras comentou ainda que, desde 2006, com a mudança da lei para despenalizar o uso de drogas, é possível que tenha ocorrido um aumento no consumo de maconha. Para ele, houve uma “frouxidão legislativa”, que alterou a figura do usuário e impediu a pena de prisão com novas sanções alternativas.
Comparativamente com outros países, o Brasil aparece em 17º lugar na lista de países cujas pessoas já experimentaram maconha na vida e em 15º entre os que usaram no último ano. O Canadá lidera a lista, atrás de Nova Zelândia, Itália, EUA e Reino Unido.
Informações de G1
FOTO: ilustrativa / hypescience