Um tempo de descobertas, de reflexão, observação, desafios e de fazer, talvez, a mais importante pergunta: Que médico você quer ser para o seu paciente? Todos estes pontos foram colocados para os estudantes do primeiro semestre do Curso de Medicina da Feevale na quarta-feira, 8, pela direção da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSHN). O encontro, no prédio Vermelho da instituição de ensino, foi para apresentar a estrutura da saúde. A partir deste semestre, 38 estudantes da disciplina Cenários em Atenção à Saúde farão estágio de observação na UPA Canudos, UBS Canudos e na USF Morada dos Eucaliptos, todas no bairro Canudos. Ele se juntam a outros 54 colegas (da mesma disciplina, porém do nível II e III) já em atuação nas unidades de saúde dos bairros Kephas, Getúlio Vargas, Iguaçu e Liberdade.
Ao detalhar a gestão hospitalar e os serviços disponibilizados pela FSNH, o diretor-presidente Rafaga Fontoura chamou a atenção o perfil do Hospital, em que o foco é urgência e emergência. “Somos um hospital geral referência em alta complexidade em Traumatologia, Cardiologia e Neurocirurgia. E, neste mês, passamos a ser em Gestação de Alto Risco”, disse. Fontoura ressaltou os números: de 800 a 1000 internações/mês no Hospital, 290 partos/mês, volume praticamente o mesmo do Conceição de Porto Alegre. Além disso, a FSNH (somando as unidades vinculadas) soma 40 mil atendimentos mensais, sendo 20 mil portas de emergência. A UPA Canudos, por exemplo, registra uma média de 7 mil atendimentos mensais. “Há uma sobrecarga. E esse contato que vocês farão durante o estágio de observação é importante para entender a realidade da saúde pública. O Brasil precisa de jovens médicos, que prestem um serviço de qualidade para a população”, afirma o presidente.
COMPROMISSO – O diretor médico Hospitalar, Augusto Rafael Lengler Vargas, falou sobre o compromisso e as obrigações de ser médico diante de uma população em crescimento e a estrutura da saúde que não cresce com a mesma dinâmica. E que há burocracias, a judicialização da medicina, cobranças de familiares. E mesmo com todos os empecilhos e dificuldades, a profissão é apaixonante. “Vocês vão passar por muitos cenários diferentes até a graduação. Se questionem sobre o que querem ser e não no que querem ter”, comenta Vargas.
Já a médica de Família e responsável técnica da Direção de Gestão Ambulatorial (DGA), Rafaela Barreto, mostrou a importância das estratégias da saúde, através das Unidades de Saúde da Família, onde o paciente é sempre atendido pelas mesmas pessoas, criando um vínculo como ferramenta de saúde, e nas Unidades Básicas de Saúde, que atuam de uma forma mais mista, com atendimentos agendados e porta aberta. “A rotina médica é moldada por cada um. Aproveitem estes seis anos para pensar o que querem ser como médicos. Aproveitem essas peregrinações na rede, conversem com especialistas, utilizem os serviços para se aprofundar na saúde”, argumenta. Também participaram da apresentação a assistente social da FSNH, Michelle Amaral Fagundes, e Pâmela Coelho, responsável pelo Núcleo de Educação e Desenvolvimento da Fundação.