Polícia Federal concluiu que uma professora abriu um caderno de questões duas horas antes do início da prova e telefonou ao marido.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Uma investigação da Polícia Federal – PF concluiu que houve vazamento do tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem 2010.
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Ainda assim, o Ministério da Educação – MEC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai anular a edição deste ano da prova. A exceção são os cerca de 2.800 alunos prejudicados com trocas do caderno de provas amarelas. Segundo o MEC, a prova para esta parcela de estudantes deverá ocorrer às 13 horas do dia 15 de dezembro.
Após investigações em Juazeiro, na Bahia, a PF concluiu que uma professora de Remanso, que aplicou a prova no Colégio Ruy Barbosa, na mesma cidade, teve acesso ao texto que baseou a prova de redação. Ela abriu um caderno de questões destinado a deficientes visuais duas horas antes do início das provas.
Em depoimento, segundo a PF, a professora afirmou que, após folhear rapidamente o caderno, telefonou para seu marido, que passou informações sobre a redação ao filho.
O jovem estava em Petrolina (PE), onde consultou professores antes de entrar no local para realizar a prova. A denúncia sobre o vazamento foi feita à polícia por um desses professores. O MEC afirmou em nota que “o caso apurado em Juazeiro está circunscrito a um estudante, e o procedimento administrativo padrão é a eliminação do candidato no exame”.
TEMA – A nota alega que o sigilo do tema da redação foi mantido, pois a professora vazou um dos textos de apoio (cujo tema foi “O que é o trabalho escravo”), e não o tema principal da redação (“O trabalho na construção da dignidade humana”). “Isso não ocorreu por acaso. A elaboração do tema da redação é feita de tal forma que um simples olhar sobre o caderno de questões não é suficiente para identificá-lo. É preciso uma leitura atenta e acurada”, acrescentou a nota.
A PF disse que todos os envolvidos confessaram e foram indiciados por violação de sigilo funcional, cuja pena pode chegar a seis anos de reclusão. O inquérito foi encaminhado à Justiça Federal em Juazeiro.
Informações de Veja
FOTO: reprodução