Cabeçalho dos cartões de resposta estava invertido e parte das provas do modelo de cor amarela tinha questões duplicadas ou inexistentes. Inep estuda possibilidade de oportunizar nova prova aos prejudicados.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Segundo estimativas do Ministério da Educação – MEC, cerca de dois mil candidatos que foram prejudicados pelo erro na montagem do caderno de provas amarelo poderão refazer o exame do primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.
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A assessoria de imprensa do ministério diz que o número ainda não é oficial. O levantamento com o número total de provas com falhas deverá ser concluído até o fim desta semana.
O Enem é aplicado em quatro cadernos de prova diferentes, divididos por cores – branca, azul, amarela e rosa. No sábado, dia 06, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep, Joaquim José Soares Neto (foto), havia confirmado que alguns cadernos amarelos apresentaram questões repetidas, páginas duplicadas e folhas em branco. Estas falhas são a razão de o Inep estudar a reaplicação do Enem.
Já a troca da ordem do cabeçalho nos cartões de resposta do Enem foi considerada um erro “menos grave” pelo presidente do órgão. Ele afirmou que não vê “qualquer possibilidade” de anulação da prova por causa da falha.
Possibilidade de novo exame
Na entrevista coletiva na noite do último domingo, dia 07, o presidente do Inep afirmou que nenhuma possibilidade será descartada para garantir que os estudantes que não tiveram as provas trocadas não sejam prejudicados.
Segundo Soares Neto, o Inep fará uma análise para estudar o tamanho do problema e, a partir daí, decidir se será necessário ou não a aplicação de um novo exame para os alunos que tinham a prova com erros.
“Estamos levantando todos os locais onde o problema apareceu [nos cadernos de questões]. Temos 10% no número total de provas impressas que são reservas. A orientação foi dada em todos os locais para que os [exames] que estavam com problema fossem substituídos por essas provas [reserva].” O Inep informou que a minoria dos estudantes não teve o caderno com problemas substituído ou se recusou a substituir a prova.
A nova prova poderia ser realizada junto com o exame que será aplicado aos presidiários, nos dias 06 e 07 de dezembro, ou em um final de semana próximo a essa data. Embora o Inep não confirme oficialmente, a avaliação inicial é que pouco menos de 1% das provas do exame eram amarelas, o que daria cerca de 20 mil cadernos de questões – não se sabe, entretanto, exatamente quantas destas apresentaram problemas.
RECLAMAÇÕES – Soares Neto também disse neste domingo que o Inep vai abrir na quarta-feira, 10, uma página na internet para reclamações de estudantes que se sentiram prejudicados com os erros no caderno de respostas do primeiro dia de provas do Enem. O espaço funcionará até o dia 16.
Defensoria Pública vai recomendar anulação
A Defensoria Pública da União – DPU informou nesta segunda-feira, 08, que vai recomendar ao MEC que o Enem seja anulado e que uma nova data seja marcada. Caso o ministério não acate a recomendação, a DPU deve entrar com uma ação coletiva em nome dos prejudicados, pedindo que a prova seja anulada.
Segundo a Defensoria, as medidas tomadas pelo MEC até o momento foram falhas, pois não é possível constatar em que ponto os estudantes se deram conta do erro ao preencher o cartão de respostas. A correção invertida do cartão não resolveria o problema caso alguém só tenha se dado conta do erro no meio do preenchimento.
A Defensoria já divulgou um e-mail para o qual os prejudicados devem encaminhar nome, local da prova, falhas encontradas e orientação do fiscal quando o erro foi relatado. O endereço é [email protected]. As informações serão úteis caso a DPU resolva de fato entrar com a ação coletiva.
DESCONSIDERADA – Em entrevista ao Jornal Hoje nesta segunda-feira, 08, Soares Neto, disse que o Enem não deve ser anulado, apesar dos problemas verificados no fim de semana. “Não consideramos nenhuma condição de anulação”, afirmou.
Sobre o caderno amarelo, ele disse que o Inep ainda está estudando a possibilidade de reaplicar a prova para os estudantes que foram prejudicados e evitou falar sobre o número de inscritos que realmente ficaram com o caderno errado. “Estamos levantando o problema”, comentou.
Informações de portais R7 e G1
FOTO: reprodução / José Cruz-AB