Para o ministro, o sucesso brasileiro contrasta com as dificuldades enfrentadas pelas economias avançadas, que começam a dar sinais de retomada lenta, difícil e gradual.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a crise financeira ficou para trás no Brasil e que o país está em processo “de franca” recuperação. Segundo ele, a economia brasileira já está crescendo de 4,5% a 5%. Para Mantega, o sucesso brasileiro contrasta com as dificuldades enfrentadas pelas economias avançadas, que começam a dar sinais de retomada “lenta, difícil e gradual”. Ele afirmou que o Brasil vai defender neste sábado, 05, em Londres, na reunião do G20 – grupo de países em desenvolvimento -, que a intervenção do governo na economia seja mantida até que a recuperação global esteja consolidada.
O ministro disse que não acredita na tese de possível recaída da economia mundial. Segundo ele, a retomada vai ocorrer em ritmos diferentes e demonstrar que os países avançados “são os mais debilitados” e que precisam dos emergentes puxando o crescimento.”Quem vai puxar o crescimento somos nós. Pode haver um ou outro país europeu que fique melindrado, aborrecido. Iiso não vai impedir que o G20 se torne a instituição mais importante da economia mundial”, afirmou.
Mantega disse ainda que o Brasil e outros países considerados emergentes vão cobrar a aceleração no processo de reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI). Por pressão do próprio grupo, a data da reforma foi antecipada de 2013 para 2011, mas o ministro quer que já fique claro, na reunião de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que o percentual de cotas sairá das mãos dos países desenvolvidos.
“Janeiro de 2011 é uma data boa, mas quero antecipar o início da dança. Propomos que 7% das ações que estão com os países ricos passem aos emergentes e que tenhamos igualdade acionária”, disse. Para o ministro, o fortalecimento do G20 em detrimento do G8 – composto pelos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia – está vindo “espontaneamente”. “Nunca vi tanta reunião do G20. Já é o fórum mais importante da economia mundial e representa os países mais importantes do globo, mais de 80% do PIB [Produto Interno Bruto, a soma de bens e serviços produzidos por todos os países do planeta] mundial.”
Segundo ele, os países do Bric [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China também vão discutir, na reunião preparatória sexta-feira, 04, a proposta do Brasil de substituição do dólar por moedas locais no comércio entre os quatro membros do bloco. “Temos que amadurecer essa proposta, ou com troca em moeda local ou com swaps, créditos recíprocos em moeda local”.
Agência Brasil