Campanha nacional de combate à doença tem como foco este grupo. Governo atribui aumento a descuido com a prevenção.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
No último ano, os casos de aids entre gays e travestis de 15 a 24 anos cresceram 10,1%. Este é um dos motivos de a campanha nacional de combate à aids, lançada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira, dia 1°, ter como foco os jovens homossexuais.
Para cada 16 gays nessa faixa etária com a doença, havia 10 heterossexuais no ano passado. Em 1998, essa razão era de 12 para 10. Com o slogan A aids não tem preconceito, previna-se, o governo pretende usar as redes sociais e a internet para aproximar a campanha do público jovem, além dos tradicionais informes na televisão e rádio. Quem explica é Karen Bruxck coordenadora de Vigilância, Informação e Pesquisa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, vinculado ao ministério.
O governo atribui o aumento de casos nesse público a um descuido dos jovens com a prevenção, relacionado ao fato de não terem vivido o início da epidemia da aids no Brasil. Na época, a sobrevida das pessoas com HIV era menor e os danos causados pela doença eram mais aparentes. De acordo com Karen Bruck, a maioria não procura fazer o teste “por achar que não corre risco” de contrair a aids.
VULNERABILIDADE – Para o presidente da organização não governamental paulista Grupo Pela Vidda, Mário Scheffer, o governo demorou para dedicar uma campanha com enfoque nos gays. “É um equívoco do ministério insistir na vulnerabilidade universal. A aids é concentrada em alguns grupos, que estão mais vulneráveis”, disse.
De acordo com ele, o governo precisa dar respostas mais consistentes para conter o aumento de casos entre os homossexuais. Uma das sugestões é promover a ida de agentes de saúde aos locais frequentados por esses grupos. “É chegar a essa população sem estigmatizar”, opina.
Informações de Agência Brasil
FOTO: ilustrativa