Se mantiver o ritmo atual de crescimento do número de pessoas acima do peso, em dez anos elas serão 30% da população – mesmo padrão entre os americanos.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O brasileiro fica mais gordo a cada ano que passa, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2008-2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE nesta sexta-feira, dia 27.
O aumento gradativo de peso é verificado em todas as faixas etárias, independente de sexo, região e renda. A pesquisa, que contou com 188.461 pessoas, também mostrou que a desnutrição está diminuindo progressivamente no país. O número de pessoas com déficit de peso (Índice de Massa Corporal – IMC inferior a 18,5 kg/m2) caiu em todas as faixas etárias, atingindo menos de 5% da população.
Mantido o ritmo atual de crescimento do número de pessoas acima do peso, em dez anos elas serão 30% da população – padrão idêntico ao encontrado nos Estados Unidos, onde a obesidade já se constitui em sério problema de saúde pública. A explicação está principalmente no padrão de consumo alimentar.
Alimentação
A POF de 2002/2003 mostrou que as famílias estão gradualmente substituindo a alimentação tradicional na dieta do brasileiro – arroz, feijão, hortaliças – por bebidas e alimentos industrializados, como refrigerantes, biscoitos, carnes processadas e comida pronta. Tudo mais calórico e, em muitos casos, menos nutritivos.
Isso significa que, além de se constituir em problema pelos riscos decorrentes do sobrepeso em si – como doenças do coração e diabetes – o sobrepeso é causado por uma alimentação pouco saudável.
Para agravar o quadro, a prática regular de exercícios físicos está longe de fazer parte dos hábitos do brasileiro. Pesquisa de 2008 mostrou que apenas 10,2% da população com 14 anos ou mais faz alguma atividade física regular.
Região Sul
O excesso de peso foi observado em todas as regiões, mas é mais proeminente no Sul (56,8% dos homens, 51,6% das mulheres) e Sudeste (52,4 e 48,5%). Os menores índices são os de homens nordestinos (42,9%) e de mulheres do Centro-Oeste (45,6%).
A obesidade foi detectada em quase um quinto das mulheres do Sul (19,2%) e só está abaixo de 10% entre as nordestinas (9,9%). De um modo geral, excesso de peso e obesidade eram mais freqüentes nos domicílios urbanos do que rurais.
Faixas Etárias
O índice de crianças de cinco a nove anos com excesso de peso é de 33,5%, o que representa um aumento de vinte pontos percentuais nos últimos 20 anos. Já o déficit de peso, nessa faixa etária, é de apenas 4,1%. Entre os meninos com sobrepeso, quase metade sofre de obesidade. Entre as meninas, um terço é obesa.
Entre os adolescentes, apenas 3,4% têm déficit de peso, segundo a pesquisa. Já o excesso de peso em jovens de 10 a 19 anos foi contínuo nos últimos 34 anos. No sexo masculino, o índice saltou de 3,7% para 21,7%. No feminino, de 7,6% para 19,4%.
Já entre os adultos, apenas 2,7% sofrem de déficit de peso (1,8% dos homens e 3,6% das mulheres). Já o sobrepeso é comum a metade da população com 20 anos ou mais. No caso dos homens, o índice subiu de 18,5%, em 1974-1975, para 50,1%. No sexo feminino, o aumento foi menor: de 28,7% para os atuais 48%.
Informações de portal UOL e Veja
FOTO: ilustrativa / GettyImages
reprodução / portal UOL