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Especial

Solidariedade leva esperança em meio às enchentes na região

RedaçãoPor Redação29 de junho de 202425 Mins Leitura
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Abrigo campo bom enchente maio 2024 foto Lucas Unser PMCB
(Foto: Lucas Unser/PMCB)
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Em meio à catástrofe climática que assolou o Rio Grande do Sul no mês de maio, a solidariedade de voluntários que abnegadamente se dispuseram a auxiliar as famílias atingidas pelas enchentes nos emociona e, também, nos enche de esperança. Para contar histórias de bastidores e que muitas vezes ficam longe das redes sociais, a reportagem do Jornal O Vale, da Vale TV, foi às ruas e aos abrigos para mostrar o trabalho altruísta de quem deixou suas famílias, lares e empregos para ajudar os gaúchos.

A solidariedade envolveu voluntários de todo o Brasil, reunindo indivíduos da sociedade civil e instituições, incluindo pessoas que se deslocaram de outros estados para auxiliar as vítimas das enchentes. Em alguns casos, como o do Lions Clube Novo Hamburgo – Centro, foi formada uma rede de cooperação com parceiros da mesma entidade, porém de outros estados. Assim, a entidade recebeu doações não só da região, mas também de Tocantins, São Paulo e Mato Grosso do Sul, entre outros locais, além de adquirir itens com recursos próprios.

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“Adotamos três vilas para atender: Kipling, Getúlio Vargas e Integração. Ao todo, são mais de 30 pessoas mobilizadas, em rodízio, trabalhando voluntariamente”, explica o presidente do Lions Clube Centro, Veroni Dutra.

No salão social da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Hamburgo Velho (um dos locais cedidos à instituição para armazenar os itens para doação), os sócios da entidade se revezaram no descarregamento de donativos, triagem, embalagem dos itens para, depois, nos locais atingidos, distribuir entre as famílias que precisam urgentemente de itens como água potável, materiais de higiene e limpeza, colchões, cestas básicas, cobertores e roupas.

“O pessoal do Lions se identifica com o propósito do serviço. Existe a necessidade de ajudar neste momento e a gente pode fazer, sem esperar auxílio de governos. Existe aqui um grande poder de mobilização, de a gente ligar para as pessoas e mobilizar esforços para ajudar quem precisa”, resume Dutra.

Ligado indiretamente ao clube de serviço (os pais integram o Lions Clube de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul) e vinculado à Igreja Católica, o jovem Vitor Neres, 20 anos, prontamente se dispôs a vir da cidade sul-mato-grossense para auxiliar no trabalho, na Paróquia, junto com os membros do Lions, embarcando em um caminhão que trouxe doações para o RS.

Assim, desde o início da campanha solidária, colaborou em todas as atividades mantidas no núcleo improvisado em Hamburgo Velho. “Fiquei sabendo da mobilização do Lions de lá para ajudar o povo gaúcho e perguntei ao presidente se poderia me deslocar para cá. Como não tenho emprego fixo no momento, não tive dúvida e embarquei no caminhão que vinha com doações. Tenho paixão pelo Sul e sinto empatia pelo próximo, consigo me colocar no lugar de quem está necessitado. Na verdade, gostaria de estar na linha de frente, ajudando a socorrer os flagelados, mas foi esse trabalho que Deus me proporcionou e estou auxiliando como posso”, conta.

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Voluntários auxiliam nos trabalhos na Fenac

Muitos dos voluntários que atuam nos pavilhões da Fenac – o maior centro de arrecadação e distribuição de donativos para as vítimas das enchentes de Novo Hamburgo – são da sociedade civil. Pessoas movidas pelo sentimento de solidariedade que se dispuseram a deixar trabalho e família para auxiliar na ação solidária e incessante na grande área coberta onde estão armazenados milhares de itens para doação.

A aposentada Iara Ripel é um exemplo. Na primeira semana de campanha solidária, ela foi à Fenac com o filho para auxiliar no que fosse preciso. “Venho para cá quase todos os dias. Só domingo que não, porque fico muito cansada e porque meu marido já estava reclamando, se sentindo abandonado”, brinca.

Na terça-feira (21/5), ela e duas amigas – Luciana Moraes, assistente administrativa da Comusa, e Cristina Scheeren, professora -, atuavam na triagem de roupas doadas. “O trabalho aqui inicia de manhã e vai até tarde. A gente fica tão envolvida que até se esquece de comer. Já ajudamos a preparar almoço, a carregar caixas e na separação das roupas”, revela Cristina. “Hoje é meu dia de estar aqui. Os funcionários da Comusa estão se revezando para vir aqui auxiliar no trabalho”, completa Luciana.

O motivo de tamanha abnegação é simples: solidariedade. Não só a quem elas nem sequer conhecem, mas também aos mais próximos. “A gente vem por solidariedade. Eu mesmo tenho conhecidos que estão com casa ‘embaixo d´água’”, diz Cristina.

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Ginásio do Colégio Pio XII serviu de abrigo para flagelados (Foto: Alexandre Volkweis/Vale TV)
Ginásio do Colégio Pio XII serviu de abrigo para flagelados (Foto: Alexandre Volkweis/Vale TV)

“Não tem como não se sensibilizar”

Impelido pelo desejo de ajudar, o tatuador Isaías Nunes não hesitou em fechar seu estúdio de tatuagem e ir auxiliar no trabalho voluntário na Fenac, desde o início das atividades nos pavilhões.

Decidi vir para cá porque é a linha de frente mais próxima que eu consigo fazer por enquanto. Em seguida, vou começar a ajudar na limpeza das casas atingidas. Fechei o estúdio e estou trabalhando lá à noite e nos fins de semana, me dedicando a ajudar o pessoal. Eu tenho colegas que perderam tudo e eu, Graças a Deus, não perdi nada. Mas cansei de ficar em casa, assistindo às notícias trágicas. Não tem como não se sensibilizar com as pessoas. Muitos perderam a vida, parentes, animais… então, é uma tragédia muito grande para a gente ficar parado, sem agir”, pondera.

O aposentado Flávio Schüling, 68 anos, resolveu sair do conforto de casa para também auxiliar na triagem de roupas doadas na Fenac. “Faço isso pela vontade de cooperar, de ajudar quem precisa. Eu não tenho familiares que foram atingidos, mas o que eu tenho visto na mídia dói, é muito triste. Tem gente que perdeu tudo. Então, a gente sente vontade de dar uma contribuição, de fazer alguma coisa pelo próximo ”, lamenta.

União de esforços para auxiliar quem precisa

Sediados no prédio do Sindicato das Sapateiras e Sapateiros de Novo Hamburgo, dezenas de representantes de sindicatos e de outras entidades civis da região unidos a profissionais liberais, professores, assistentes de telemarketing, funcionários dos Correios e dezenas de outros voluntários de diversas áreas de atuação uniram esforços para também auxiliar as vítimas das enchentes. A Rede de Solidariedade Novo Hamburgo está ativa na sede do Sindicato desde o 3 de maio.

No local, tomado pelo burburinho do trabalho abnegado e incansável, essas pessoas têm se dedicado a produzir refeições (marmitas) e armazenar e organizar roupas, calçados, colchões e outros itens coletados por meio de doações, para posteriormente serem distribuídos às famílias vitimadas pela catástrofe natural.

A bióloga e ambientalista Luana Silva da Rosa, uma das coordenadoras da Rede, explica que o trabalho se constitui na produção de refeições na cozinha solidária, na articulação das solicitações de doações, triagem dos materiais coletados e distribuição dos kits de higiene e de limpeza, água potável e marmitas, entre outros donativos.

“É um trabalho essencialmente voluntário, fruto da união dos sindicatos e outras entidades com representantes da sociedade civil”, comenta Luana, que também é pesquisadora da área de mudanças climáticas.

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Com raízes no Vale, jornalista e empresário auxiliam desde SC

Instigado a vir à região para auxiliar parentes em Sapiranga e Novo Hamburgo, logo que as enchentes demonstraram sua força destrutiva, o jornalista e empresário Maurício Gonçalves optou por permanecer em Itapema (SC), onde reside e trabalha há cinco anos. Mas mesmo distante mais de 500 quilômetros, buscou formas de ajudar as vítimas das enchentes no RS junto com dezenas de empresários da construção civil da região.

Maurício é empresário da construção civil em Itapema (Foto: Arquivo Pessoal)
Maurício é empresário da construção civil em Itapema (Foto: Arquivo Pessoal)

“Cobri enchentes durante 18 anos, tanto no Jornal NH como na RBS TV, e entendi muito rápido que o desastre seria muito grande. Eu iria para a região, pois meus pais moram em Sapiranga e os avós dos meus filhos, em Novo Hamburgo. Mas me aconselharam: ‘Tu vais ser mais útil aí do que aqui, onde há muitas dificuldades e já tem gente trabalhando’”, lembra Gonçalves, nascido em Sapiranga e, atualmente, empresário da construção civil na cidade catarinense.

De lá, participou de uma grande rede de apoio que se formou entre empresários da construção civil do Litoral Norte catarinense, liderada por Leandro Gallas. Com um aeroclube bem estruturado na cidade e utilizando oito aviões e mais alguns helicópteros cedidos por empresários, a rede de cooperação conseguiu destinar toneladas de donativos para os gaúchos vítimas da catástrofe. “Utilizamos essas aeronaves para enviar donativos para o RS: comida, remédios, roupas… Tudo teve uma proporção gigantesca, porque a demanda era muito grande”, frisa.

Até o dia 21 de maio, mais de 140 voos foram destinados ao RS, além de 120 caminhões com mantimentos. Posteriormente, as aeronaves foram transferidas para para auxiliar na logística de enfrentamento às enchentes. Foram atendidas cidades dos vales do Sinos, Paranhana, Taquari e Caí; além da Serra Gaúcha e de Santa Maria.

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Médica auxilia arrecadando e doando remédios

A médica rondoniense Adriane da Costa Oliveira auxilia de forma voluntária as vítimas das enchentes arrecadando medicamentos intra-hospitalares (de uso em hospitais) e de uso controlado com colegas de profissão e destinando aos órgãos de saúde. Na terça-feira (21/5), ela cumpriu a rotina solidária que mantém desde o início da catástrofe entregando, na Fenac, itens destinados à Secretaria de Saúde de Novo Hamburgo.

Recebemos muitos donativos desse tipo, de Santa Catarina, São Paulo, Goiás… Eu entro em contato com alguns médicos amigos meus, que enviam esses medicamentos controlados e intra-hospitalares diretamente para mim, e eu faço a redistribuição”, explica a médica, que reside em Esteio e trabalha em São Leopoldo.

Além de atuar na arrecadação e distribuição de remédios, Adriane também foi para a “linha de frente”, logo no início da catástrofe, participando do trabalho de resgate das vítimas no bairro Mathias Velho, em Canoas. “Passamos o dia inteiro em atenção médica; somos um grupo de quatro médicos: eu, meu esposo e meus afilhados. Ficamos concentrados nesse bairro porque temos muitos amigos da Igreja Adventista que moram nessa região. Nesse momento, percebemos a grande necessidade de medicação. Desde então, me foquei em arrecadar e distribuir medicamentos”, diz.

Para Adriane, a motivação para se voluntariar é a solidariedade e a empatia. “Sinto uma dor no meu coração quando vejo alguém passando por necessidade e eu me coloco no lugar dessas pessoas. Ao me colocar no lugar deles e saber que eu e meus filhos estão bem, tenho essa imensa vontade de poder ajudar”, pondera a médica, que também abriga em sua casa uma equipe multidisciplinar de 35 pessoas (entre médicos e enfermeiros), vinda de Santa Catarina, que presta atenção médica em Canoas e São Leopoldo.

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Atenção aos animais domésticos

O trabalho de assistência e amparo às vítimas não se resume a atender as pessoas. Muitos voluntários estão atuando, também para socorrer, abrigar e cuidar de cães perdidos nas enchentes ou que foram abandonados pelos tutores. Em um espaço improvisado no prédio do antigo Restaurante Panorâmico da Fenac (atualmente concedido à rede Fat Bull, que cedeu o espaço para a ação), mais de uma dezena de animais recebem cuidados, medicação, alimentação e carinho de pessoas dispostas a acolher também esses seres.

Uma delas é a assessora jurídica Morgana Engel Lermenn, que, desde o último dia 7 de maio, atua como uma das coordenadoras do espaço.

A gente gosta muito dos animais e todo mundo que está aqui é por amor aos animais mesmo. São animais resgatados de vários lugares: São Leopoldo, bairro Santo Afonso… que foram trazidos para cá. Vários já foram daqui para lares temporários ou foram adotados”, explica. Também há uma equipe de médicos veterinários atuando no local e todos os cães são castrados.

Como a maioria dos cães foram resgatados das enchentes, muitos deles já foram buscados pelos tutores. “A gente espera que os donos apareçam e, também, estamos divulgando essa ação para que isso ocorra”, destaca Morgana.

Bruna Ferreira também auxilia no cuidado com os cães. Como atua em home office na área de investimentos, tem horários flexíveis para poder trabalhar como voluntária no espaço. “Há algum tempo já me envolvo com a causa animal, fazendo doações e tudo mais. Mas, quando essa tragédia aconteceu, eu fui percebendo o grande número de animais que estavam abandonados e achei desesperador. Por isso, resolvi ajudar porque, se nós não fizermos algo por eles, eles não têm como pedir ajuda ou se alimentar sozinhos”, pondera.

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Comida para quem precisa

No prédio do antigo Restaurante Panorâmico da Fenac também está em operação uma cozinha em caráter emergencial para produção de refeições para os desabrigados. A iniciativa da rede de cervejarias e restaurantes Fat Bull também conta com ajuda de voluntários – a maioria cozinheiros.

“A ideia é levar afeto e comida de qualidade para quem precisa nesse momento”, explica Bryhian Huppes, chefe executivo do grupo Fat Bull. No local, mais de uma dezena de pessoas se revezam no armazenamento e separação dos alimentos e na produção das refeições.

Vitor da Silva, de Sapucaia do Sul, é um dos voluntários. “Estou desde o início (da ação solidária) trabalhando aqui”, conta o cozinheiro, enquanto prepara um panelaço de molho de tomate. “Pedi as contas onde trabalhava e me ofereci para vi para cá ajudar, por solidariedade”, diz o chefe de cozinha Tiago Tanan, de Curitiba (PR).

Ele e um colega, que também atua no espaço, vieram para o RS carregando 1,2 tonelada de alimentos em uma SUV. Outros cozinheiros também vieram de outros estados, como Santa Catarina e Minas Gerais, também trazendo alimentos na bagagem.

Gabriel Cristóforo, chefe de cozinha de Bonito, no Mato Grosso do Sul, é outro que se voluntariou para auxiliar. “Sou pai de família e vim para ‘dar uma mão’. Ainda tenho fé na humanidade”, observa o cozinheiro, fazendo alusão ao espirito solidário que envolveu os brasileiros nesse momento trágico para os gaúchos.

Tiago Bird, diretor da Fat Bull, explica que a produção de marmitas para as vítimas das enchentes iniciou na unidade Fat Bull Tap House, em Novo Hamburgo – posteriormente, a produção foi ampliada par a Fenac.

Estamos produzindo em torno de duas mil refeições, incluindo marmitas para almoço e janta e também lanches como sanduíche, cachorro-quente e enroladinho”, lista o empresário.

Atualmente, a produção está sendo direcionada aos hamburguenses vítimas da tragédia, mas já foram beneficiadas pessoas de outras cidades como São Sebastião do Caí e São José do Hortêncio.

Caminhões de mudança para auxiliar no transporte de donativos

Com estradas intransitáveis devido à ação das chuvas e muitos colaboradores atingidos pela enchente, o empresário Júnior Ramos, diretor da NRamos Mudanças, não teve outra opção senão arregaçar as mangas e auxiliar no amparo às vítimas. Inspirado pelo espírito solidário, destinou a frota de caminhões e convidou funcionários (aqueles que não foram atingidos pela enchente) para o auxílio na logística de transporte de donativos.

“Sendo o Brasil um país de transporte basicamente rodoviário, não havia como trabalhar. E agradeço aos clientes que foram flexíveis para aceitar a prorrogação dos serviços. Assim, ficamos em uma situação confortável para poder auxiliar. Além disso, 18 dos nossos 30 colaboradores ficaram com suas casas inundadas, a maior parte das vilas Brás e Palmeira”, revela o empresário, que também acolheu um funcionário e sua família, atingidos pela enchente, em um apartamento de sua propriedade. Outros funcionários acabaram se abrigando na empresa, sediada no bairro Santo Afonso.

“Ficamos com todos os caminhões aqui dentro (na Fenac). Nem sei quanto fretes fizemos, transportando de tudo: roupas, alimentos, materiais de limpeza, o que fosse necessário. Inclusive, auxiliamos utilizando a expertise que já temos na área, ajudando a pensar a logística de distribuição, pois ninguém estava preparado para esse caos ”, conta.

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Entidades se mobilizam para auxiliar flagelados

Diversas instituições e entidades de classe também estão mobilizadas para auxiliar as vítimas das enchentes. Desde o início da catástrofe, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI NH/CB/EV/DI) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo (CDL/NH), por exemplo, estão empenhadas em ações solidárias que incluem desde o resgate de quem teve casas inundadas até a arrecadação e distribuição de donativos.

Temos cerca de 200 empresários voluntários nos comitês. Pelo menos metade se envolveu e ainda estão atuando”, contabiliza o diretor executivo da entidade, Leandro Vilela Cezimbra.

Segundo o dirigente, alguns empresários chegaram mesmo a se engajar no resgate das vítimas, em especial o bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, utilizando barcos e jipes de propriedade particular. “A comunidade empresarial do Vale do Sinos é muito solidária, não só em momentos de tragédia”, comenta Cezimbra.

A entidade também liderou, na Fenac, a logística de arrecadação e distribuição de donativos e acolhimento de desabrigados, gestão posteriormente assumida pela prefeitura hamburguense. Além disso, em parceria com o colégio Pio XII e ajuda de voluntários, a ACI e a CDL/NH organizaram um abrigo para s desalojados no ginásio da escola. “Nessa emergência, todo mundo fez o que tinha de fazer em uma situação como essa”, pontua.

Com o presidente, Leonardo Lessa, e equipe de colaboradores engajados voluntariamente, a CDL/NH também aderiu à onda de solidariedade prestando auxílio desde o início da tragédia. Além de organizar o abrigo improvisado no ginásio do Pio XII, a entidade teve seu pessoal ajudando como voluntários no cadastro de famílias e triagem de roupas para doação, na Fenac. A entidade classista também atua na arrecadação e distribuição de donativos.

“As empresas não foram tão afetadas diretamente, mas muitos colaboradores, sim. Estamos trabalhando para retornar à normalidade o quanto antes. Essa tragédia nos pegou de surpresa e todos se sentiram na obrigação de ajudar. A ideia é: se eu não fui atingido, fui escolhido para auxiliar”, explica a coordenadora de Marketing e Eventos da CDL/NH, Graziele Jung, uma das coordenadoras do trabalho voluntário da CDL.

Coletivo de arte e cultura também engajado no auxílio

O NOIAARTE, coletivo de ativistas culturais de Novo Hamburgo e São Leopoldo, também está engajado no trabalho voluntário de apoio às vítimas das enchentes. Formado por cerca de 20 pessoas envolvidas com arte e cultura – em expressões como hip hop, poesia, dança, grafitti e tatuagem, entre outras – o grupo participa da Rede de Solidariedade Novo Hamburgo, instalada no Sindicato das Sapateiras e Sapateiros local.

Ali, Pedro Henrique Raimundo da Rosa (o rapper Drosa), o músico Matheus da Costa e fotógrafa e professora de dança Rafaela Brito, mais a voluntária Britney Kaufmann (estudante e poeta) auxiliam no controle de estoque dos donativos e na distribuição de itens, nos bairros.

Resolvemos apoiar a Rede em função da união de forças. Se fosse apenas pelo Coletivo, não haveria tanto impacto social”, explica Drosa.

A solidariedade é o que motiva os jovens ativistas. “A gente vê (o voluntariado) como uma espécie de dever, de não ficar parado em frente à situação”, diz Matheus. Já Rafaela foi diretamente impactada pela enchente e teve sua casa inundada no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo. “Perdi tudo. Mas, ficar prostrada vendo as coisas acontecerem, sem fazer nada, só piora a ansiedade. Além do mais, há pessoas que precisam mais de ajuda do que eu, e é importante dar esse carinho, esse acolhimento para quem precisa”, resume.

“As pessoas estão necessitadas e é como eu posso ajudar. Pessoas que não têm o mínimo e aonde o poder público não chega”, lamenta Britney.

Alimentação como gesto de amor

Sanduíches da Eat Kitchen são destinados a abrigados e pessoal da “linha de frente” (Foto: Arquivo Pessoal)
Sanduíches da Eat Kitchen são destinados a abrigados e pessoal da “linha de frente” (Foto: Arquivo Pessoal)

Proporcionar gestos de carinho e amor por meio de alimentação é o principal motivo que levou os sócios da Eat Kitchen a decidirem ajudar tanto os abrigados em alojamentos como o pessoal que trabalha no resgate e auxílio às vítimas das enchentes.

Em meio à tragédia que abalou milhares de gaúchos – entre eles, inclusive, colaboradores da rede de alimentação com unidades em Novo Hamburgo, Porto Alegre e Canela -, Carolina Ribeiro e os irmãos Nico, Melina e Dami Ventre lançaram uma campanha solidária pela qual cada produto adquirido nos restaurantes reverte em um sanduíche doado para abrigados e equipes voluntárias de auxílio, nas frentes de trabalho. Os lanches estão sendo destinados a Porto Alegre.

Além disso, a Eat Kitchen distribuiu cestas básicas e kits de higiene entre os colaboradores que tiveram suas casas atingidas, além de, individualmente, cada um dos sócios promover doações a quem precisasse.

O que nos motivou foi a solidariedade; nos tornar agentes transformadores nessa hora de tragédia. E, em especial, auxiliando com o que produzimos: a alimentação. Porque o alimento aproxima as pessoas, proporciona carinho e é um gesto de amor”, pondera Carolina.

Municípios acolhem desabrigados leopoldenses

Dentre os inúmeros exemplos de solidariedade registrados desde o início da tragédia natural que assolou os Estado, municípios da região também prestaram socorro às vítimas do momento de crise. Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha receberam milhares leopoldenses desabrigados e desalojados de suas casas, tomadas pela água.

Após conseguir atender aos desabrigados locais, Campo Bom acolheu, no Ginásio do SESI, mais de 100 pessoas de São Leopoldo que estavam desabrigadas. Dessas, 72 ainda não conseguiram voltar para suas casas e seguem abrigadas.

“Nós, campo-bonenses, somos um povo solidário e, justamente por isso, conseguimos atender muito bem e rapidamente todos os nossos munícipes que precisavam de ajuda. Com a situação controlada, recebemos esse pedido de ajuda de São Leopoldo, um pedido que veio através da Brigada Militar e da Assistência Social, pois a situação lá estava muito crítica, as pessoas estavam sendo retiradas para a BR-116. Jamais deixaríamos de atender um pedido de socorro e prontamente buscamos formas de ajudá-los. Foi aí que o SESI nos abriu as portas e, com a ajuda dos voluntários, conseguimos acolhê-los”, lembra o prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi.

No local, explica Orsi, o acolhimento é igual ao que foi oferecido aos desabrigados campo-bonenses nos ginásios Municipal e do CEI. “Com ajuda das doações, conseguimos disponibilizar colchões para todos, alimentação diária e materiais para higiene pessoal”, garante.

Solidariedade à flor da pele

Rossana Dillenburg Müller, sócia e representante jurídica do movimento de empreendedorismo jovem À Flor da Pele, já sentiu a força desesperadora de uma tragédia. Em 2020, sua casa pegou fogo e ela e a família perderam tudo.

Rossana ajudou a coordenar abrigo para cerca de 70 pessoas (Foto: Arquivo Pessoal)
Rossana ajudou a coordenar abrigo para cerca de 70 pessoas (Foto: Arquivo Pessoal)

“Naquela época, a nossa história se espalhou pela cidade e, no dia seguinte, já tínhamos inúmeras pessoas batendo à nossa porta nos levando toda ajuda que precisávamos. Então, além de já saber como é passar pela situação de perder absolutamente tudo e sair de casa apenas com a roupa do corpo, também sei como é gratificante e como nos dá força para continuar a ajuda que recebemos de fora”, diz a empreendedora.

Impulsionada pelo ímpeto de ajudar quem, agora, estava necessitando com urgência, Rossana iniciou um ponto de coleta e entrega diretamente nos abrigos que já estavam abertos em São Leopoldo. Além disso, administrou diretamente o socorro para quem precisava sair de casa, inundada pela água.

Fiquei com contatos de resgates, tentando direcioná-los conforme eu recebia os pedidos”, lembra.

Posteriormente, com apoio do proprietário do prédio e de voluntários, Rossana liderou a abertura de um abrigo em um ginásio de esportes no bairro Padre Reus. “Desde então, trabalhei como voluntária e uma das responsáveis neste abrigo, todos os dias. O abrigo ficou aberto por três semanas, período em que eu ia todo dia para lá. Chegamos a ter 70 pessoas acolhidas conosco, entre crianças, adultos e idosos. Recebíamos as comidas para almoço e janta já prontas, assim como os lanches da tarde e para o café da manhã”, conta.

O abrigo já está fechado, mas Rossana segue trabalhando voluntariamente na distribuição de doações diretamente nos bairros atingidos.

ONG suspende atividades para atender desabrigados

Frente à necessidade urgente de auxiliar os flagelados, a Vulcano – Esportes, Culutra e Lazer suspendeu as oficinas esportivas e artísticas para atender quem precisava de ajuda imediata. Assim, o ginásio da sede da organização não-governamental(ONG), na zona norte de São Leopoldo, abrigou cerca de 300 pessoas. Ainda há famílias acolhidas no local.

“Foi tudo muito rápido. Inclusive, houve pais de alunos que ficaram desalojados. Logo no início (da tragédia), abrimos a sede e começamos a chamar o pessoal para cá”, conta o presidente de honra e fundador da ONG, Ilvo Goldschmidt, o “Tio Ilvo”. Ilvo lembra que a mobilização por doações iniciou de forma insipiente, por meio de um grupo de WhatsApp, com donativos oriundos do bairro, de maneira fracionada.

“Depois, (a ajuda) se ampliou. Vieram doações de tudo que é lugar. Até um grupo de empresários de Araranguá, de gente que se criou aqui no bairro, enviou doações. Foi bonito de se ver a solidariedade”, lembra Ilvo.

“A gente é responsável pelo Cristo que está no irmão”

Padre Edinho lidera ação solidária na Paróquia São João Batista São Leopoldo Foto Alexandre Volkweis
Padre Edinho liderou ação solidária na Paróquia São João Batista, em São Leopoldo (Foto: Alexandre Volkweis/Vale TV)

Com larga experiência de atuação na Pastoral Social da Igreja Católica, o padre Edson Thomassim, mais conhecido como Padre Edinho, vê a solidariedade como um ato social.

A Pastoral trabalha com a urgência concreta da vida dos corpos, reconhecendo o Cristo que vive no coração do irmão. Então, a gente é responsável pelo Cristo que está no irmão”, resume o pároco da Paróquia São João Batista, situada no Arroio da Manteiga, zona norte de São Leopoldo.

No local – mais exatamente no Centro de Espiritualidade Padre Arturo -, ele e voluntários (inclusive de outros estados) acolhem e atendem, desde o dia 4 de maio, dezenas de pessoas vítimas da enchente, em especial oriundas de regiões dos bairros Vicentina e Santos Dumont, da Vila Brás e Antônio Leite (localidade do bairro Campina). “Chegamos a abrigar 83 pessoas, em um espaço com capacidade para 60. Temos o compromisso de garantir o conforto dessas pessoas pelo tempo que for preciso”, contabiliza.

Uma das voluntárias, assessora parlamentar Jéssica Gonçalves, conta, com lágrimas nos olhos, que se pôs à disposição assim que a catástrofe teve início, face à urgência de resgatar e assistir as pessoas atingidas. “Assumi como voluntária para fazer o mapeamento das regiões atingidas e atuei nas remoções também. Hoje, coordeno o voluntariado aqui na Zona Norte, prestando assistência nos 46 abrigos dessa região”, diz.

Acist-SL se transforma em ponto de distribuição de doações

Diante da maior enchente da história de São Leopoldo, uma das entidades mais fortes e representativas da cidade transformou sua sede em ponto de distribuição de doações. No total, 70 empresas associadas que precisavam de ajuda foram atendidas com roupas, cesta básica, kits de higiene e de limpeza. Mais de 900 famílias foram beneficiadas, além de igrejas, pensionatos e creches.

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Doações na sede social da Acist-SL (Foto: Acist-SL/Divulgação)

“Tudo foi doado”, afirma Roberta Wobeto, coordenadora do Núcleo de Contabilistas da Acist-SL e sócia da Exatta Contabilidade, ressaltando que o trabalho não vai parar. Agora, o foco é auxiliar as empresas para que consigam manter seus funcionários.

A Acist-SL recebeu cargas de doações de vários municípios, como Novo Hamburgo, Dois Irmãos, Osório, Joinville (SC), Francisco Beltrão (PR), São Gabriel do Oeste (MS) e São Paulo (SP). Contou, também, com o suporte do Rotary Sul, Federasul, Sicredi Pioneira, Moto Clube, Conselho Regional de Contabilistas, influenciadores digitais e de transportadoras. Nesta semana, ainda receberam uma carga com 130 fogões doados pelo Sicredi, que serão distribuídos aos associados afetados pela enchente.

“Acho que a palavra mais adequada no momento é gratidão por estar dentro dos 20% da cidade não atingida e ter disponibilidade de ajudar as demais pessoas. Muitas pessoas precisando de ajuda. Não cabe outra palavra a não ser gratidão, um misto de tristeza de ver as coisas acontecerem, o que ninguém espera, e a alegria de oferecer o mínimo pra alguém, pra pessoa poder viver”, diz Roberta.

ONG lidera campanha que já arrecadou mais de R$ 2,2 milhões

Formada por empregados da Caixa Econômica Federal, a ONG Moradia e Cidadania (M&C) arregaçou as mangas logo no primeiro dia do mês de maio para ajudar no resgate aos atingidos pela enchente em São Leopoldo. Famílias e animais foram retirados das áreas alagadas.

Com a campanha “SOS Enchentes RS”, já foram arrecadados mais de R$ 2,2 milhões até o dia 16 de junho. Um total de 9.052 famílias foram beneficiadas e o comitê gestor da campanha já destinou mais de R$ 770 mil aos atingidos pela enchente no RS. Com o dinheiro, a ONG conseguiu comprar colchões, móveis e roupas para os desabrigados.

“Hoje estamos atuando fortemente com pessoas que estão voltando para as suas residências, auxiliando com produtos de limpeza”, diz Eva Seloi Santos Sarmento, gerente estadual de Articulação e Projetos na Moradia e Cidadania, que afirma:

Vamos continuar trabalhando para ajudar a reconstruir, porque a nossa ONG tem no propósito a moradia e, agora, estamos tentando restabelecer a cidadania, que é primeiro as pessoas ter comida e uma cama”.

Entre as ações da ONG para ajudar os gaúchos afetados pela enchente está o curso de marcenaria solidária da Associação Cultural e Educativa Sapucaia em parceria com o Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFsul). Camas serão fabricadas e, além disso, atingidos pela enchente serão capacitados para se tornarem marceneiros.

“Nós estamos, infelizmente, com a expertise de atuar em SOS, campanhas emergenciais. Da minha parte, eu posso dizer que vou continuar trabalhando como voluntária pela moradia e cidadania, para que possamos retomar a moradia e a cidadania de todas as famílias em situação de vulnerabilidade que foram atingidas”, conclui Eva.

*Por Alexandre Volkweis.

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Redação

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