Ministério Público convocou a empresa para regularizar a cadeia produtiva da grife e reparar danos causados aos funcionários, que faziam trabalho escravo para a marca.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A marca de roupas espanhola Zara deve comparecer a uma audiência na próxima sexta-feira, dia 18, com o Ministério Público do Trabalho – MPT. A empresa deverá assinar um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, a fim de regularizar sua cadeia produtiva e reparar danos causados aos seus funcionários, que foram flagrados fazendo um tipo de trabalho escravo em São Paulo.
Investigações do MPT e dos fiscais do Ministério do Trabalho descobriram, em junho deste ano, 51 funcionários da Zara em condições degradantes em uma confecção da empresa, localizada em Americana, no interior paulista. Entre esses funcionários, 46 eram naturais da Bolívia. Logo depois, em julho, foram descobertas mais duas confecções nas mesmas condições em São Paulo com 14 trabalhadores bolivianos e um peruano.
Os representantes da marca, Enrique Huerta Gonzales e Jesus Echeverria, porém, afirmam que desconhecem o fato de que funcionários trabalhavam em regime escravo em confecções contratadas pela marca. Entretanto, o procurador Luiz Carlos Fabre alega que, mesmo a produção sendo terceirizada, isso não isenta a marca da responsabilidade pelas condições de seus trabalhadores.
“A Zara deve fiscalizar as relações de trabalho na sua cadeia produtiva com o mesmo zelo com que fiscaliza a qualidade dos produtos de seus fornecedores”, ressaltou o procurador. Se a grife se recusar a assinar o acordo, o MPT deve ajuizar uma ação civil pública contra a empresa. A ação terá pedidos indenizatórios contendo valores muito maiores do que aqueles propostos no acordo, segundo Luiz Carlos Fabre.
Informações de Agência Brasil
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