Juíza decidiu encerrar o julgamento alegando receio de que Breno fugisse da Alemanha para o Brasil, já que está sem contrato com o Bayern de Munique.
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O zagueiro Breno foi condenado a três anos e nove meses de detenção por ter colocado fogo na própria casa, em Munique, em setembro do ano passado. A decisão foi revelada nesta quarta-feira, dia 04, no Tribunal de Justiça da cidade pela juíza Rozi Datzmann, que acredita que o jogador de 22 anos, revelado pelo São Paulo, provocou o incêndio de propósito.
O atleta seguiu direto para a cadeia. A juíza decidiu encerrar o julgamento alegando receio de que Breno fugisse da Alemanha para o Brasil, já que está sem contrato com o Bayern de Munique. O advogado do jogador, Werner Leitner, tem uma semana para recorrer.
O promotor Nicholas Lanz, que chegou a pedir cinco anos e meio de prisão, afirmou que o fato de Breno estar alcoolizado no dia do incêndio não permitiria ao zagueiro saber se sua família estava em casa na hora do fogo. O advogado do brasileiro defendia uma pena máxima de dois anos.
As sessões do julgamento estavam previstas para acabar apenas no próximo dia 17, mas as provas levadas ao tribunal anteciparam a decisão da juíza. Breno está sem contrato com o Bayern desde 30 de junho. Segundo informações da imprensa europeia, o Lazio, da Itália, estava interessado na contratação do zagueiro e poderia acertar com o atleta caso ele fosse inocentado.
Breno, que disputou as Olimpíadas de 2008 com a Seleção em Pequim e foi medalha de bronze, foi negociado pelo São Paulo com o Bayern em 2008 por 12 milhões de euros (30 milhões de reais). O jovem nunca se firmou no time de Munique, sofreu com lesões e chegou a ser emprestado ao Nuremberg em 2010.
Legista confirma que o atleta tinha 2,5 ml de álcool no sangue
O médico Aachen Henning Sass afirmou que o zagueiro bebia regularmente e que no dia do incidente havia ingerido uma garrafa de uísque, cinco a dez cervejas e vinho do Porto. Quando ficou detido pela primeira vez, durante 13 dias, Breno recebeu a visita da legista Jutta Schopfer, que afirmou que o atleta tinha 2,5 ml de álcool no sangue, no dia do exame, mas que isso não seria motivo para não se lembrar de nada no dia do ocorrido.
O zagueiro não teria respondido a nenhuma pergunta feita por Jutta e a única coisa que disse foi que não se lembrava de nada. A juíza então insistiu no assunto e várias perguntas foram feitas para a legista. Drogas não foram encontradas no sangue do brasileiro. Em sua defesa, o advogado de Breno, Werner Leitner, afirmou que o jogador tomou um medicamento chamado “Stilnox”, remédio forte para dormir, que não pode ser misturado com álcool, e por isso não se lembrava de nada que acontecera.
Um diretor esportivo do clube, que esteve presente no tribunal, afirmou que no clube não há remédios para dormir e que nenhum medicamento teria sido dado ao jogador. Breno afirmou em seu depoimento que bebeu demais e fumou alguns cigarros também, por isso teria entregado três isqueiros para a polícia.
Policiais que chegaram na casa de Breno durante o incêndio afirmaram que o jogador estava completamente fora de si, que corria pela casa. Disse ainda que tudo na sua vida estava ruim e que a única coisa que conseguiu fazer foi salvar os cachorros.
O zagueiro também teria ficado em depressão por não estar jogando (por problemas no joelho) e foi cogitada a hipótese de um incêndio proposital para o jogador receber o dinheiro do seguro da casa, já que na Alemanha, quando o atleta fica um tempo sem jogar, ele para de receber salários do clube e passa a ganhar uma espécie de seguro no valor de cinco mil euros, cerca de 12 mil reais.
Informações de Globo Esporte
FOTO: Sven Hoppe / EFE