Entre propostas para conter violência está cadastramento das torcidas organizadas. Atualmente, tramita na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, projeto que obriga clubes a realizarem identificação biométrica.
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Desde a tarde do último domingo, quando cenas de barbárie foram registradas na Arena Joinville, a presença da polícia militar na parte interna dos estádios é tema de debate.
A certeza é de que o exemplo de Santa Catarina, de não usar PMs em um jogo de risco, com torcidas acostumadas a confusões, mostrou-se equivocado. Para especialistas no tema violência no futebol, a segurança privada não tem a qualificação necessária para conter conflitos.
“Não estando no local (Joinville), não dá para saber se a segurança pública teria impedido. Mas se o país não conseguiu formar agentes públicos de segurança com mais inteligência, é difícil achar que exista preparo na segurança privada. O Estado não tem como abrir mão da segurança, isso até fere a nossa Constituição,” comenta Heloisa Reis, professora da Unicamp e com pós-doutorado em Sociologia do Esporte.
Cadastramento para identificar vândalos
Entre as propostas para conter a violência nos estádios está o cadastramento das torcidas organizadas, que está previsto no Estatuto do Torcedor. Atualmente, tramita na Câmara de Vereadores de Porto Alegre um projeto que obriga os clubes a realizarem a identificação biométrica de quem frequentará a Arena do Grêmio e o Beira-Rio.
“A Argentina tem, fazem um cadastramento de todos os torcedores. É uma medida interessante, o torcedor perde o anonimato,” opina o promotor Mendes Júnior.
No Rio Grande do Sul, os principais casos de conflitos são registrados entre torcidas do mesmo time, que brigam pela liderança, como ocorreu com torcidas do Grêmio e do Internacional.
Presos
Os cariocas Leone Mendes da Silva, de 23 anos (encontrado no banheiro do ônibus que levaria os torcedores do Vasco para o Rio de Janeiro), Arthur Barcelos de Lima Ferreira, de 26, e Jonathan Santos, de 29, serão indiciados por tentativa de homicídio, associação ao crime e incitação à violência. Os três estão no Presídio Regional de Joinville (SC).
Informações de CP
FOTO: reprodução / Geraldo Bubniak / estadão