Para os defensores de Marconi Perillo (PSDB), o depoimento mostrou sua inocência, mas, para outros parlamentares, o depoimento complicou o governador.
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Para alguns parlamentares a situação de Marconi Perillo (foto) se complicou, já para outros a transação imobiliária da casa onde foi preso o contraventor Carlinhos Cachoeira já está esclarecida.
O relator da CPMI que investiga as relações do bicheiro-empresário Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários cogita a hipótese de o governador ter recebido duas vezes pela venda da casa. As versões sobre o depoimento do empresário Walter Paulo Santiago, nesta terça-feira, dia 05, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI que investiga o esquema do contraventor Carlos Cachoeira dividiram as bancadas que integram o colegiado.
Para os defensores do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o depoimento mostrou sua inocência, mas, para outros parlamentares, o depoimento complicou o governador. O empresário, um dos proprietários da Faculdade Padrão, comprou do governador um imóvel no condomínio Alphaville Ipês, em Goiânia, no valor de R$ 1,4 milhão. Nesta casa, Cachoeira foi preso no final de fevereiro durante a operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
Integrantes da CPMI suspeitam de que Cachoeira seria o verdadeiro comprador, com o empresário Walter Santiago operando como intermediário para esconder a transação. Walter negou essa versão e disse que comprou a casa para uma de suas empresas, a Mestra Administração e Participações, criada para atuar no ramo imobiliário. Ele disse que pagou a casa em dinheiro, embora Marconi Perillo tenha dito que recebeu o pagamento por meio de três cheques. Esses cheques são de Leonardo Almeida Ramos, sobrinho de Cachoeira, de acordo com as investigações.
Para Walter Santiago, quem trocou o dinheiro por cheques pode ter sido Wladimir Garcez, ex-vereador pelo PSDB, ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia. O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que o depoimento de Walter Santiago aumentou as suspeitas sobre a transação imobiliária.
No entender de parlamentares, o que Walter Santiago não conseguiu explicar foi a origem do dinheiro e por que Cachoeira estava morando em sua propriedade. O senador Pedro Taques (PDT-MT) acredita que haja outras ligações entre Walter Santiago e o esquema de Cachoeira.
Segundo ele, há diálogos em que Cachoeira pede intervenção de políticos em favor das faculdades do empresário e pelo menos uma cobrança ao senador Demostenes Torres (Sem partido-GO) para que ele tentasse a liberação de um curso junto ao Ministério da Educação.
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) também acredita que há mais ligações entre o empresário e o esquema do contraventor. Marconi Perillo deve depor na terça-feira, dia 12 à CPMI e poderá explicar sua versão sobre os fatos.
Informações de Jornal do Brasil
FOTO: ilustrativa / colunistas