Setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo ganha destaque, representando 39,9% da taxa. Resultado é reflexo de maior poder de compra da população.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O volume de vendas do comércio varejista brasileiro encerrou o ano de 2010 com um aumento de 10,9%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE nesta terça-feira, dia 15.
Trata-se da maior alta acumulada desde 2001. O índice de dezembro, em relação a novembro, ficou estável. Comparando o mês de dezembro com o mesmo período em 2009, a receita nominal registrou aumento de 15,6%.
No acumulado em 2010, entre os setores pesquisados pelo IBGE, o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou avanço de 9% no volume de vendas sobre 2009. Segundo o instituto, o setor exerceu o principal impacto no resultado anual do setor varejista, representando 39,9% da taxa anual do varejo.
“Este desempenho reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população decorrente do aumento da massa de salário da economia (obtida pela melhora da renda e do emprego) e da expansão do crédito, conforme revelado pelos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE e das Operações de Crédito do Sistema Financeiro registradas pelo Banco Central do Brasil, respectivamente”, informou o IBGE, por meio de nota.
TENDÊNCIA – Segundo Reinaldo Silva Pereira, gerente de Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, conforme a renda vai aumentando, a tendência é de se gastar mais com alimentação. “As classes mais baixas gastam mais com alimentação, mas as classes mais ricas, que já estão bem alimentadas, vão em busca de outros produtos”, afirmou.
Recuperação pós-crise
ainda influencia
Também tiveram aumentos expressivos as vendas nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (alta de 18,3% em relação ao ano anterior), sendo a atividade com o segundo maior impacto (27%) na taxa anual.
“A valorização do câmbio fez com que o preço de eletrodomésticos ficasse mais barato. No início do ano, a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] contribuiu para o aumento da venda dos eletrodomésticos.”
As vendas do ramo “outros artigos de uso pessoal e doméstico” tiveram a terceira maior influência em 2010 (7,4%) e apresentaram alta de 8,8% no ano. Em seguida, em quarto lugar, aparece o segmento de tecidos, vestuário e calçados (alta de 10,7% sobre 2009).
“Este resultado é explicado pela recuperação do mercado interno frente à crise financeira iniciada no final de 2008, quando a atividade começou a registrar resultados negativos, devidos principalmente à valorização do real”, diz a nota.
Outras influências partiram de atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com avanço de 11,9%, exercendo a quinta maior contribuição, seguida por combustíveis e lubrificantes, com variação acumulada de 6,6% em 2010. Depois, estão a atividade de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (aumento de 24,1% sobre 2009) e o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria, cujas vendas subiram 12%.
Informações de portal G1
FOTO: ilustrativa / Sergio Lima-Folha Imagem