Deputados do bloco Iraqyya, do primeiro-ministro, se retiraram do Parlamento. Facção acusa governo de concentrar poder.
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Neste fim de semana, após nove anos, foi encerrada a invasão norte-americana que derrubou Saddam Hussein no Iraque. O último pelotão de soldados dos Estados Unidos baseados no país cruzou a fronteira com o Kuwait entre a madrugada de sábado e a manhã de domingo.
A divisão era formada por 100 veículos blindados, transportando 500 soldados. No auge da presença militar americana no Iraque, o país chegou a contar com mais de 170 mil soldados e um total de 500 bases. O conflito matou cerca de 4.500 soldados dos Estados Unidos e milhares de iraquianos desde o início da campanha militar, em 2003. A guerra teve custo de cerca de US$ 1 trilhão para os cofres estadunidenses.
Os Estados Unidos vão manter no Iraque apenas 157 soldados responsáveis por treinamento na Embaixada americana, assim como um contingente de fuzileiros navais responsáveis pela segurança da missão diplomática.
Com a saída das forças americanas, o Iraque espera poder conter as explosões de violência que ainda ocorrem no país, por meio de suas forças de segurança treinadas pelos Estados Unidos. Atentados e confrontos deixam, em média, 350 pessoas mortas todos os meses no Iraque.
CRISES – Em meio à retirada americana, uma crise política começou em Bagdá, com deputados do bloco Iraqyya, do primeiro-ministro Ayyad Allawi, se retirando do Parlamento, no sábado, dia 17. A facção política, formada por muçulmanos sunitas, acusa o governo predominantemente xiita do presidente Nouri Al Maliki de concentrar demasiado poder.
Há também tensões em duas regiões predominantemente sunitas, que querem se declarar autônomas, a exemplo do que fizeram os curdos no Norte do Iraque. Existe também uma convicção generalizada de que com a saída dos americanos, a influência iraniana sobre o Iraque irá aumentar.
Informações de Agência Brasil
FOTO: Caren Firouz/Reuters