Auxiliar relembrou detalhes da vitória de 2 a 1 sobre o Santa Fé, pela Copa Libertadores. Na partida, ele não se limitou a ser um mero executor das ordens.
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O auxiliar Roger Machado, 38 anos, passou com louvor pelo teste do dia 1º de maio, quando foi o substituto do suspenso Vanderlei Luxemburgo à beira do gramado.
O jogo contra o Santa Fe, que abriu o caminho do Grêmio para as quartas de final da Libertadores, foi o mais marcante em sua carreira, embora a trajetória também registre duas vitórias em Gre-Nal.
Na partida, ele não se limitou a ser um mero executor das ordens que vinham da cabine 6, onde estava Luxemburgo. Roger garante que seu último contato com o treinador ocorreu ainda na concentração.
Durante a partida, só trocou ideias, via walkie talkie, com os analistas de desempenho Lucas de Oliveira e Roberto Ribas. Ou seja, tudo partiu de sua cabeça, até a difícil decisão de trocar Elano pelo novato Gabriel quando Cris foi expulso.
“Era preciso recompor a estrutura defensiva do time,” explica. É por isso que o auxiliar técnico não teme o desafio de comandar novamente o time no confronto de volta, dia 16, caso os advogados não consigam reverter a suspensão imposta a Luxemburgo — ainda faltam cinco dos seis jogos de punição pelos incidentes após Huachipato e Grêmio.
Até porque virar treinador é uma ideia que está em sua mente desde os 25 anos, quando começou a projetar o futuro quando parasse de jogar. “Comecei a me planejar mentalmente quando ouvia relatos de outros jogadores que enfrentaram uma transição difícil e decidi que não queria passar por isso”, conta.
Estudos
Em 2006, quando retornou do japonês Vissel Kobe, Roger tentou pela primeira vez o vestibular para Educação Física. O acerto com o Fluminense, no mesmo ano, adiou o encerramento da carreira. Em 2009, sim, jogou-se com tudo nos livros, até formar-se em Educação Física no início deste ano, tendo concluído também um curso de gestão no esporte.
“Aprendi futebol com 20 anos de prática. Fui estudar para ter alguma coisa a mais. Além das questões táticas, técnicas e físicas, há também o lado da fisiologia e da anatomia do jogador para entender seu rendimento”, diz.
No meio do caminho, em 2011, veio o convite para ser auxiliar técnico de Renato Portaluppi, então treinador do Grêmio. Com menos de 30 dias, Roger já ganhava o primeiro Gre-Nal, pelo Gauchão, em Rivera.
E, como ganhar Gre-Nal, por vezes, tem mais valor do que a conquista de um título, o torcedor logo entendeu que estava aberto o caminho para que o vitorioso lateral-esquerdo surgido sob o comando de Luiz Felipe Scolari também se desse bem como comandante. Os primeiros passos confirmam isso.
Em relação a datas, Roger garante: “Não determinei a data. Até porque quero ser um eterno aprendiz. Mas é claro que, em algum momento, quero ser o treinador principal. Me direcionei para isso, para a beira do campo. Não me imagino em outro lugar a não ser comandando.”
Informações de Zero Hora
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