Pesquisa das Tendências Mundias do Emprego das Mulheres da OIT revela que no mesmo período onde a participação feminina no mercado de trabalho é maior o desemprego também aumentou
Estudo chamado Tendências Mundiais do Emprego das Mulheres realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que a taxa mundial de desemprego entre as mulheres é maior. Em 2007 o desemprego feminino foi de 6,4% contra 5,7 entre os homens. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil esta desigualdade é ainda maior. Em janeiro deste ano, a taxa de mulheres sem trabalho era de 10,1%, enquanto o índice de homens era de 6,2%.
Para a coordenadora da área de Igualdade de Gênero e Raça da (OIT), Solange Sanches, uma das causas da desigualdade entre homens e mulheres desempregados é decorrente da falta de políticas públicas de emprego voltadas especificamente para as mulheres.
“Não existem ainda, em número suficiente, políticas de emprego que considerem a situação das mulheres. Isso significa considerar que as mulheres têm filhos e se ocupam deles, que elas são as principais cuidadoras das pessoas mais velhas e dos doentes das famílias e que isso representa responsabilidades que precisam ser harmonizadas com o trabalho”, afirma Sanches.
No mesmo período que registra a maior participação das mulheres no mercado de trabalho, aumento de 18,4% na última década, o que representa 200 milhões a mais de trabalhadoras, também aumenta o número de desempregadas: de 70,2 milhões para 81,6 milhões.
A coordenadora da OIT explica que a maior participação feminina é decorrente de maior número de mulheres procurando emprego. “Então, se a taxa de desemprego aumenta, quer dizer que um número maior de mulheres se apresentou para o trabalho e não houve ocupações em número suficiente para responder a esse aumento, da participação de mulheres, por isso a taxa de desemprego aumentou”, afirma.
O segundo maior aumento da participação das mulheres na força de trabalho foi na América Latina, perdendo apenas para o Oriente Médio. Segundo Solange, isso pode ser explicado pelo aumento da escolaridade das latino-americanas. O setor de serviços é o que mais emprega mulheres: em 2007, 46,3% das trabalhadoras estavam nessa área, seguida pela agricultura, com 36,1%.
Fonte: Agência Brasil