Uma Tartaruga-tigre-d’água (Trachemys dorbigni) foi resgatada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ivoti nesta quarta-feira (13). Também conhecido como tartaruga-verde-e-amarela, o animal foi encontrado na Colônia Japonesa, após a secretaria ser chamada para o resgate.
Conforme a licenciadora e bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sarah Peixe, o animal apresentava boas condições de saúde e foi devolvido à natureza. A suspeita é que a espécie pode ter sido abandonado de alguma residência lá no local, já que a espécie não é tipicamente encontrada na região de Ivoti
Mesmo conhecida como uma tartaruga, a espécie é considerada um cágado por ser semi-aquática, podendo viver dentro e fora da água. “Essa é uma espécie que vive em zonas de pântanos, banhados, lagos, riachos e rios. A Tartaruga-tigre-d’água pode ser encontrada no Brasil, Uruguai e Argentina. Entretanto, no nosso país, ela só ocorre no Rio Grande do Sul, habitando principalmente a região da Lagoa dos Patos e o Banhado do Taim”, explica Sarah.
Medindo até 25 centímetros e podendo chegar até os 30 anos de idade, esse tipo de cágado pode colocar, em média, 12 ovos por ano e que desovam no período de setembro a fevereiro. Entretanto, a espécie tem sofrido ameaças devido ao declínio das áreas de nidificação pela agricultura extensiva, aos atropelamentos em rodovias e à captura dos ovos para comercialização como animal de estimação, conforme a bióloga.
Apesar de muitas pessoas possuírem a Tartaruga-tigre-d’água como animal de estimação, esta espécie é considerada pertencente à fauna silvestre e sua posse e manutenção só são permitidas com específica documentação e com um microchip gravado na parte inferior da carapaça do animal. Ainda, a espécie não pode ser comercializada sem o microchip atestando sua origem de criadouros licenciados.
Secretaria de Meio Ambiente adverte
A soltura desses animais na natureza é proibida estando sujeito a penalidades previstas nas leis n° 6.938/81 e n° 9.605/98. Caso o proprietário não possa mais manter o animal, a loja que efetuou a venda deve receber o animal a qualquer momento e, posteriormente, encaminhá-lo de volta ao criadouro especializado. O abandono de animais é considerado crime.
A Secretaria orienta a comunidade a não criar animais silvestres como pets. O contato dos animais com seres humanos ainda pode possibilitar a transmissão de zoonoses (doenças transmitidas de animais para humanos). Ainda, caso um animal silvestre seja avistado solto em áreas urbanas e não apresente ferimentos, a orientação dada é para deixá-lo em liberdade. A secretaria só deverá ser acionada para animais feridos ou capturados.