O projeto ‘home care’ pretende oferecer o serviço até o fim de 2011 para, pelo menos, 15.000 pacientes internados, prevendo contratação de 1.000 equipes até 2014.
Da Redação [email protected](Siga no Twitter)
Novidades para aqueles que estão internados em hospitais do Sistema Único de Saúde – SUS: até o fim do ano, pelo menos 15.000 brasileiros poderão voltar para suas casas e continuar a receber cuidados médicos em domicílio, por meio de home care. Os novos critérios para internação domiciliar serão divulgados até esta terça-feira, dia 23, pelo governo.
Entre as novidades, a principal é o pagamento de 34.500 reais ao mês por equipe médica. Para este ano, o orçamento do Ministério da Saúde prevê a contratação de 250 equipes, cada uma com capacidade para atender 60 pacientes, tendo a meta de chegar a 1.000 equipes até 2014.
“Irá substituir muita demanda de internação hospitalar e agilizar o giro nas portas de urgência”, afirma o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Miranda. “É um programa que alia a segurança hospitalar com o conforto do lar, oferecendo um atendimento mais humanizado.”
Há cinco anos, o SUS criou os primeiros critérios para a internação domiciliar, recomendando esse tipo de cuidado para idosos, portadores de doenças crônicas ou câncer – com exceção daqueles que precisam de ventilação mecânica. Como não havia previsão de verba federal para a formação de equipes, poucos estados e municípios se mobilizaram. Apenas 77 hospitais no país se credenciaram junto ao SUS.
O Estado da Bahia está entre as tentativas bem-sucedidas. O serviço, criado em 2008, atendeu 2.212 pacientes até dezembro. Com 26 equipes, formadas por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, elas estão divididas em 14 hospitais de 10 municípios. Nesse período, 40% das internações domiciliares ocorreram por tratamentos de feridas, 30% por sequelas neurológicas, 13% por hipertensão arterial e 10% por diabetes. Todos eram pacientes que passaram pela internação convencional, tiveram o quadro estabilizado, mas ainda precisavam de cuidados médicos.
Outro exemplo, é a cidade de Belo Horizonte, que criou seu programa em 2002, antes da portaria do SUS. Em 2010, foram admitidos 4.792 pacientes – média de 400 por mês. Eles ficam cerca de 15 dias em acompanhamento. Em março deste ano, um quinto das internações nas Unidades de Pronto Atendimento – UPAs foram encaminhadas para atendimento domiciliar.
Vale lembrar que o novo programa não limita as enfermidades que podem ser atendidas, mas mantém a exclusão aos pacientes que dependem de ventilação mecânica. “Precisamos fazer um planejamento que sirva para o País todo. Mas poderá ser reavaliado”, afirmou o secretário.
A condição básica para que o paciente seja encaminhado para a internação domiciliar é ter um cuidador, alguém que se responsabilize pelo seu atendimento. “A família é fundamental para a recuperação do paciente”, diz Midori Uchino, coordenadora do Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso – Padi, da Secretaria Municipal do Rio.
Informações de Veja
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