Por Vitoria Fischer Schilling
Foi em um pequeno país chamado Suíça que tive as maiores experiências da minha vida. O ano que passei lá foi repleto de aprendizado, descobertas, e, sem dúvida, muitas visitas a lugares maravilhosos
Confira mais fotos desta aventura na Suíça
Dia 1º de setembro de 2005, um avião da Air France decola do aeroporto do Rio de Janeiro. O rumo dele? Paris. Dentro dele, os sonhos e expectativas de onze jovens brasileiros que buscavam uma oportunidade de crescimento e independência em outro país. Muitas horas de vôo mais tarde, o avião toca o solo do aeroporto Charles de Gaulle.
Paris vista do avião
O nervosismo aumenta, enquanto os jovens correm para pegar sua conexão com direção ao aeroporto de Zurique. Pouco menos de duas horas de vôo, e o momento havia chegado: colocar os pés no país que seria sua casa pelos próximos 11 meses.
Foram dez outros estudantes brasileiros, que comigo aguardavam ansiosamente por suas malas na esteira do aeroporto de Zurique. Ao todo onze jovens, que conheceram suas novas famílias, e se direcionaram para os quatro cantos do pequeno país Suíça. Quatro cantos bem diferentes, podemos dizer assim. Um país com o tamanho equivalente a 1/6 do Rio Grande do Sul, que tem nada menos do que quatro idiomas oficiais: alemão, francês, italiano e romanche. Mas os contrastes não param apenas nos idiomas. As tradições, educação e modo de viver são muito diferentes em cada cidade de lá.
Chegada na Suiça
Minha expectativa, ao sair do Brasil para realizar um intercâmbio, era de conhecer muitas pessoas novas, e saber como se vive em outro país. Mas, acima de tudo, ter uma experiência em que pudesse ser independente, e aprender outro idioma.
Suíça foi o país que escolhi. Até hoje, às vezes me perguntam o porquê de ter selecionado esse país tão pequeninho, escondido no meio da Europa. E antes de ir, eu não saberia como responder. Agora sei. E vou compartilhar um pouco da maravilha que tive a oportunidade de conhecer. Mas já deixo avisado: fotos e palavras expressam quase nada do que a Suíça na verdade é.
Os pequenos vilarejos Suíços
HESSIGKOFEN – vista de todo o vilarejo
A Suíça, a exemplo de vários outros países europeus, é composta por algumas cidades principais e inúmeros vilarejos que rodeiam estas cidades. Enquanto a cidade possui todas as facilidades necessárias, como escola, supermercado e hospital (mas nada de shopping center!), os vilarejos possuem as casas antigas, o povo acolhedor e a história da Suíça em cada detalhe que os olhos podem alcançar.
Durante os 11 meses do meu intercâmbio, morei com uma família suíça em Hessigkofen – um vilarejo de 200 habitantes (isso, você leu certo, duzentos) no noroeste do país. A experiência de viver em um local tão pequeno – apesar de um pouco chocante a princípio – foi única.
Todos os dias, para ir à escola, eu andava 7 km de bicicleta para chegar na estação, e pegar um trem que em 8 minutos chegaria em Solothurn – a cidade “grande” de 20 mil habitantes, que era o centro para os vilarejos da região. Chegando lá, mais um ônibus, e em 15 minutos estava na escola.
O percurso de bicicleta era minha parte favorita: um pouco de vento no rosto (às vezes um pouquinho gelado demais no inverno) e a sensação de liberdade enquanto eu descia o morro para chegar à estação de trem.
Rua principal de Hessigkofen
Hessigkofen possui um pequeno mercado, uma piscina pública (na qual tínhamos que pagar o equivalente a R$ 4,00 para entrar a cada vez), uma escola para crianças e algumas coisas mais. Nada de novo no front, até eu descobrir o que esse pequeno vilarejo tinha de diferente dos outros: Uma loja de motos da Harley Davidson. Nunca consegui entender o porquê, e nem vi muitos motoqueiros por lá, mas foi uma descoberta meio bizarra.
Harley Davidson em Hessigkofen
Como em qualquer outro vilarejo, alguns hábitos eram preservados nas famílias. A minha família hospedeira tinha o costume de aos domingos sair para passear, com seus dois cavalos puxando uma ‘carruagem’ (nunca descobri uma palavra melhor para descrevê-la), na qual sentávamos e sentíamos a leve brisa passar pelo rosto, enquanto cumprimentávamos os vizinhos e eu encantava-me ainda mais com cada cenário novo que via.
Passeios de domingo
A culinária Suíça
Quem pensa que na Suíça só se come queijo e chocolate está enganado – mas só um pouquinho. Também se comem batatas. Existem três pratos típicos da região na qual morei: Rösti, Raclette e Fondue.
O Rösti é uma espécie de batata ralada, e depois levemente assada. O Raclette é composto de fatias grossas de queijo, derretidas em um utensílio específico, e depois colocada sobre batatas. O Fondue é um pouco mais conhecido pelos brasileiros, é o típico queijo derretido com pão ou batatas que comemos em Gramado. Mas com sabor especial de ser comido na Suíça, é claro.
Fondue
A história continua, as descobertas também. Semana que vem, mais um texto sobre as minhas experiências neste pequeno fantástico país. Aguardem!
No próximo texto:
•A Fantástica Fábrica de chocolates (e queijo)
•A Suíça de bicicleta
•O inverno na Suíça
•Natal, Carnaval e festividades