Centrais sindicais cobram maior reajuste da presidente eleita, baseadas no fato de que a valorização do mínimo permitiu ao Brasil escapar do pior da crise de 2008 e 2009.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A presidente eleita, Dilma Rousseff, realizará reunião com as centrais sindicais sobre o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias acima do mínimo nesta semana.
Esses são os dois itens que mais pesam nos gastos do governo, sem contar os juros da dívida pública. O assunto será discutido pelos representantes dos trabalhadores, do atual governo e da equipe de transição, que trabalhará no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB.
Para cada real a mais concedido ao mínimo, as despesas do governo com o pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais vinculados ao piso nacional aumentarão em 286,4 milhões de reais, segundo cálculos do Ministério do Planejamento.
Se fosse implementada a promessa do candidato derrotado do PSDB à Presidência, José Serra, de 600 reais, o gasto adicional seria de 17,7 bilhões de reais. É dinheiro suficiente para pagar 15 meses do Bolsa-Família.
As centrais, porém, têm argumento: foi a política de dar ganhos reais ao mínimo que impulsionou o consumo nos últimos anos e permitiu ao Brasil escapar dos efeitos mais negativos da crise econômica de 2008 e 2009.
“A Dilma já disse duas ou três coisas que indicam que a política de valorização do salário mínimo vai continuar”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT, Artur Henrique. “Ela disse que é preciso fortalecer o mercado interno e reforçou a importância do salário mínimo nesse processo.”
Além disso, a própria presidente eleita já demarcou as linhas de um eventual aperto. “Recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos”, afirmou, após a divulgação do resultado das eleições.
Informações de Veja
FOTO: ilustrativa / Aqui Notícia