Devido a pressões para desaceleração da economia, Comitê de Política Monetária decide reduzir ritmo de altas da taxa básica de juros. –
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Pressionado pela divulgação de indicadores que apontam a desaceleração da economia brasileira, o Banco Central decidiu reduzir o ritmo de aumento da taxa básica de juros.
O Comitê de Política Monetária – Copom do Banco Central elevou os juros de 10,25% para 10,75% ao ano. A intensidade do aumento foi menor que a realizada nas duas reuniões anteriores, quando a taxa havia subido 0,75 ponto percentual.
“Considerando o processo de redução de riscos do cenário inflacionário que se configura desde a última reunião do Copom, e que se deve à evolução recente de fatores domésticos e externos, o comitê entende que a decisão irá contribuir para intensificar esse processo”, informou o BC em nota.
A taxa básica começou a subir em abril. Na época, estava em 8,75% ao ano, menor percentual da história recente. Desde então, houve dois aumentos que trouxeram os juros de volta ao patamar de dois dígitos. Até a semana passada, o mercado financeiro mantinha a expectativa de que o BC anunciaria um novo aumento de 0,75 ponto na Selic.
Quando o BC iniciou esse novo ciclo de aperto monetário, a economia crescia a uma taxa próxima de 10% ao ano, e a inflação projetada beirava os 6%, taxas consideradas insustentáveis pelos economistas. Desde maio, no entanto, novos indicadores mostraram desaceleração da atividade econômica e dos principais índices de preços. Com isso, aumentou a pressão dentro do próprio governo para que o BC abandonasse a política de aumento dos juros ou, pelo menos, reduzisse o ritmo de alta.
FIERGS – Mesmo que o Copom tenha decidido reduzir o ritmo de alta dos juros, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – Fiergs avalia que poderia ter havido uma freada nas elevações da taxa básica.
“Esperávamos um pouco mais de ousadia do Banco Central. O cenário ainda é de bastante incerteza na economia internacional. No mercado interno, a produção, o consumo e a inflação no segundo trimestre apresentaram desaceleração. O Copom já errou na dose do remédio em outras ocasiões e não há por que penalizar o setor produtivo, o consumidor e a geração de empregos”, lamentou o presidente da instituição, Paulo Tigre.
Informações de Jornal do Comércio
FOTO: reprodução / stock.xchng