Estudo aponta a necessidade de criação de espaços que permitam mais convivência entre os alunos; região Sul está preocupada em formar bons cidadãos.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A presença da família na vida escolar dos filhos influencia no valor que eles dão para os estudos e faz com que as crianças se preparem não apenas para encontrar um bom emprego, mas, também afeta a formação do caráter e os ajuda a tornar-se um bom cidadão.
Essa é uma das observações do relatório divulgado na terça-feira, dia 10, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. O documento mostra que, para uma educação que permita melhores experiências de vida, é preciso conciliar o ambiente familiar com a instituição de ensino.
Os pais não podem deixar a responsabilidade pela educação dos filhos sobre as escolas e o governo. A opinião é de Flávio Comim, economista-chefe do PNUD Brasil e coordenador do relatório IVH, o Índice de Valores Humanos. Produzido a partir de 2.002 entrevistas em 23 Estados e no Distrito Federal, o documento mede as experiências vividas diariamente pelos brasileiros em três grandes áreas: saúde, educação e trabalho.
O relatório é um retrato para saber “o que precisa mudar de verdade” no Brasil, porque “mede processos, vivências, e não apenas resultados”, segundo Comim. Para ele, é preciso incentivar a construção de espaços que permitam mais convivência entre os alunos, como os parquinhos nas escolas. “O espaço físico tem a ver com os encontros. E o ambiente familiar também precisa ser educativo”.
O economista afirma que os alunos precisam ser resgatados como indivíduos, e cita como exemplo a necessidade de não fazer chamada na aula pelo número, mas, sim, pelo nome.
Educação nas regiões brasileiras
O relatório mostra ainda que, no quesito educação, grande parte da população está preocupada em educar crianças e adolescentes para serem bons cidadãos. A única exceção foi a região Norte, onde a população se mostrou mais preocupada com a educação como finalidade para se conseguir um emprego.
Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos pela Educação, afirma que a dificuldade de locomoção na região Norte complica o sistema de ensino local. A diluição de pessoas versus a questão demográfica, segundo ele, faz de lá um cenário único.
O PNUD avaliou o sentimento em relação à educação no Brasil, e dividiu o país por regiões. A escala vai de zero a 1,0: quanto mais perto de zero, pior a condição do ensino. A região Norte teve o índice mais baixo, de 0,47 pontos; as regiões Sul e Sudeste ficaram com 0,55; o Nordeste, com 0,53, e o Centro-Oeste do país teve 0,54. A média nacional também foi de 0,54 pontos.
Assim, quanto maior o IVH, melhor o conjunto de valores que as pessoas têm; isso quer dizer que os indivíduos passam por situações de vida mais confortáveis na saúde, na educação ou no trabalho. Ou seja, o cidadão se sente melhor atendido e mais respeitado pelos serviços básicos.
Informações de portal R7
FOTO: ilustrativa / stock.xchng