O Ginásio Municipal Celso Morbach serviu de palco para muitos jogos e festivais de música. Na terça-feira, 31 de agosto, no entanto, o show ficou a cargo dos profissionais de saúde. O público que formou filas para entrar era formado por jovens de 17 anos, sem doenças prévias, que finalmente tiveram a oportunidade de se imunizar.
Morador do bairro Santos Dumont, Jonathan Adalberto da Silveira, 17 anos, externou o alívio pela chegada do momento. “Foi muito difícil para mim. Gosto muito de praticar esportes, de socializar. Fiquei em casa. Foi complicado. A ideia é voltar aos poucos”, salientou. Conforme exigência da Secretaria da Saúde (Semsad), ele veio acompanhado da mãe, Fabiane Margot da Silveira, que também dividiu sua alegria. “A gente teve que restringir saídas, programas em família, meus pais são idosos. Hoje é uma libertação”, acrescentou.
As amigas Camily Vitória Machado de Moraes e Isadora Andrade Pierzckalski reforçaram a importância da vida em comunidade. “Quando chegaram as primeiras vacinas, parecia algo distante da gente. A pandemia foi um dos piores momentos da vida. Ninguém achou que duraria tanto. A gente sendo jovem percebeu mais do que nunca a importância do convívio social”, ressaltou Isadora.
A estudante Keteryn Vieira de Paula chamou a atenção para o aspecto do trabalho. “Além de estar na fase de sair, socializar, tive dificuldades no salão de beleza onde trabalho, que teve que fechar por um momento. A sensação de estar vacinada é ótima”. O sentimento da emoção foi compartilhado por Eduardo Sauer Fontana. “A pandemia foi horrível, desde o desempenho do colégio, tudo. Tomar a vacina foi emocionante”, relatou.
A vacinação também ocorreu no Centro de Eventos e na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cohab Feitoria, ambas com intenso movimento.
Vacina no braço
O prefeito Ary Vanazzi acompanhou o trabalho das equipes da Semsad no Ginásio Municipal. Ao lado do secretário municipal da Saúde, Marcel Frison, o prefeito afirmou que há vacinas suficientes para ingressar na faixa etária. “Há um indicativo do Ministério da Saúde para chegar aos 17 anos em novembro. Como tínhamos vacina sobrando, resolvemos baixar a data. Já tínhamos contemplado todo público do Plano Nacional de Imunização (PNI). Não vamos deixar vacina na geladeira. Vacina boa é vacina no braço”, destacou Vanazzi.
No mês de julho, São Leopoldo foi o primeiro município do Rio Grande do Sul a abrir cadastro para adolescentes entre 12 e 17 anos com doenças prévias. A ideia surgiu a partir da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso da marca Pfizer nesse público específico. Quando o Ministério da Saúde (MS) liberou, a cidade já tinha o cadastro de interessados pronto. Na semana passada, o município começou a utilizar doses remanescentes para vacinar adolescentes dessa faixa etária que vivem em casas de acolhimento. Hoje a vacina foi aberta para todas as pessoas com mais de 17 anos, com ou sem comorbidades.
Fotos: Valentin Thomaz/PMSL