Com uma longa história de prestação de serviços para a comunidade leopoldense, mais precisamente desde 1971, o Serviço Municipal de Água e Esgotos de São Leopoldo (Semae) tem investido em educação como um aliado na preservação do meio ambiente. Em apenas três meses foram recolhidas mais de 100 toneladas de lixo do entorno das casas de bombas.
Diretor-geral do Semae desde junho de 2022, Geison Dionisio de Freitas é advogado e pós-graduado em Direito Constitucional, foi assessor jurídico da Câmara de Vereadores de São Leopoldo, entre 2016 e 2020, e atuou como procurador-geral do Semae. Nesta entrevista, Geison detalha projetos e também fala sobre os desafios na prestação de serviços tão importantes. Confira:
Quais os desafios ao ser o gestor de uma companhia que abastece uma das cidades mais importantes do RS?
Geison Freitas – É um desafio enorme, o Semae está entre as principais empresas públicas de saneamento do país, reconhecida nacionalmente. Temos um orçamento superior a maioria dos municípios gaúchos. O maior desafio de todos é tocar a gestão com excelência, a partir do planejamento estratégico e com sustentabilidade financeira, e reverter o nosso trabalho em qualidade de vida à população leopoldense. Essa é a missão do gestor público, da empresa pública, reverter todos os nossos esforços em bem-estar social. Saneamento público de qualidade representa saúde para o cidadão.
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A experiência de lidar cotidianamente com temas ligados ao meio ambiente é um aprendizado de vida muito importante. Como você avalia esse aspecto do trabalho?
Freitas – É uma preocupação constante, tanto que temos inúmeras ações voltadas à causa ambiental. Em apenas 3 meses, por exemplo, nós recolhemos mais de 100 toneladas de lixo do entorno das casas de bombas em São Leopoldo, que são administradas pelo Semae. Nós temos um setor de Educação Ambiental no Semae, que atua nas visitas das escolas, e que coordena o Programa Guardiões da Água, responsável por ministrar oficinas de conscientização ambiental em todas as regiões da cidade. Ainda temos o Programa de Uso Racional da Água (PURA), que trata justamente do não desperdício da água nas escolas, empresas e demais setores da sociedade. O grande aprendizado é que a natureza cobra a conta da ação do homem prova disso são os períodos de estiagem intercalados com as cheias que estamos enfrentando nos últimos tempos.
Como funciona o processo de tratamento da água realizado pelo Semae?
Freitas – O Semae capta água do Rio dos Sinos, faz o tratamento para tornar a água potável e distribui para todo o município de São Leopoldo. Todo o processo ocorre de forma ininterrupta. Para este serviço o Semae possui captação com capacidade para 1.500 l/s, duas Estações de Tratamento de Água: ETA-1 (ETA São José – atualmente só armazena e distribui a água tratada na ETA-2) e ETA-2 (ETA Imperatriz Leopoldina) e 25 Elevatórias de Água Tratada. A rede de abastecimento de água em São Leopoldo tem uma extensão de cerca de 800 quilômetros.
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Quando a gente fala em água, sempre pensamos em um recurso escasso. Qual o maior desafio no abastecimento de uma cidade como São Leopoldo?
Freitas – Universalizar o acesso à água e ampliar o tratamento de esgoto. A água do Semae chega a 99% da população, enquanto o esgoto tratado está em torno de 50%.
Quais investimentos e melhorias na rede de abastecimento e tratamento de esgoto estão sendo feitos ou foram entregues durante a sua gestão no Semae?
Freitas – São muitas as melhorias e investimentos que estamos realizado no Semae em São Leopoldo. Em novembro do ano passado apresentamos o planejamento estratégico do Semae para os próximos dez anos. O foco é mostrar de que formas os servidores do Semae podem contribuir agora, para que a autarquia do futuro seja ainda mais eficiente e pensada no bem da população leopoldense. O planejamento estratégico é um guia, não só para a minha gestão, mas também para as próximas diretorias. Estamos deixando para o Semae uma projeção, planos para os próximos dez anos, para quem venha a assumir o Semae veja uma organização de futuro. Vejam lá na frente os próximos passos que precisam ser seguidos, de onde tem que vir o recurso, onde temos que gastar menos, onde temos que investir, onde temos que mexer para que a gente continue crescendo. Recentemente, mais uma etapa da obra de transposição do esgoto da BR-116 foi concluída, e a obra se aproxima do fim. A obra ainda tem previsto, em seu cronograma, a ligação das redes menores, na Rua Brasil, a pavimentação da via e a manutenção necessária no passeio público danificado durante a execução da obra. Mês passado também foram instalados novos sensores de monitoramento Wegstan de motobombas da ETA 1.