Integrantes da banda disseram que estavam protestando contra as relações próximas entre Vladimir Putin e a igreja ortodoxa russa, mas não tinham a intenção de ofender os fiéis.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A Justiça da Rússia condenou nesta sexta-feira, dia 17, as três integrantes da banda punk Pussy Riot a dois anos de prisão por vandalismo motivado por ódio religioso por fazerem um protesto contra o governo na principal catedral de Moscou.
Nadezhda Tolokonnikova, 22 anos, Marina Alyokhina, 24, e Yekaterina Samutsevich, 30, disseram que estavam protestando contra as relações próximas entre Vladimir Putin e a igreja ortodoxa russa e não tinham a intenção de ofender os fiéis.
“Tolokonnikova, Samutsevich e Alyokhina cometeram um ato de vandalismo, uma grave violação da ordem pública, mostrando evidente desrespeito pela sociedade”, disse a juíza, alegando que o breve protesto foi baseado em “motivos de ódio religioso e inimizade”.
As três mulheres, permaneciam sentadas em silêncio em uma cela de vidro no tribunal e de vez em quando sorriam ou davam risadas uma para a outra enquanto a autoridade lia o veredicto.
Centenas de pessoas do lado de fora cantavam “Liberdade” e “Rússia sem Putin!”, e a polícia deteve diversos ativistas, incluindo líderes da oposição.
Madona e Red Hot Chilli Peppers pedem libertação das integrantes
O Pussy Riot decidiu realizar o protesto na catedral depois que o patriarca ortodoxo russo, Kirill, pedisse voto para Putin às vésperas das eleições presidenciais de março, um fato que indignou não somente as integrantes do grupo, mas toda a oposição.
Durante o julgamento, uma das jovens chegou a afirmar que se trata de um processo político e que se tivessem cantado “Madre de Dios, protege a Putin” não estariam diante dos tribunais.
Durante sua recente apresentação em Moscou, a cantora Madonna, que chegou a usar o gorro característico do Pussy Riot, também pediu abertamente a libertação das três integrantes. Na ocasião, Madonna ainda apareceu como o nome do grupo escrito em suas costas.
O grupo americano Red Hot Chilli Peppers também prestou apoio às jovens durante um show na capital russa, campanha que foi imediatamente seguida por Paul McCartney, Sting, Peter Gabriel, The Who e Bjork, entre outros.
Informações de Folha de São Paulo
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