As águas de inundações são altamente contaminadas, criando cenário de risco à saúde pública no Rio Grande do Sul devido a catástrofe climática. Com essa preocupação, a Secretaria de Saúde do Estado tem instituído ações para evitar doenças, inclusive as respiratórias típicas de inverno, como Gripe, Covid-19 e Tuberculose. Outra grande perturbação é a leptospirose, que nesta quarta-feira, dia 19, fez sua 20ª vítima fatal no Estado em 2024.
Essa é uma das doenças que mais preocupam as autoridades sanitárias no momento, após mais de 45 dias de enchentes; com milhares de exames analisados pelo Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS). Para os casos de Tuberculose o hospital sanatório Paternon é referência no tratamento e retaguarda assistencial ao Programa Estadual de Controle da Tuberculose. O principal foco das ações tem sido os abrigos públicos aos desalojados.
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“A gente sabe que a situação de aglomeração favorece o contágio. Desde o início da enchente temos acentuado muito a busca de quem tem sintomas respiratórios, tosse, suores noturnos, falta de apetite e emagrecimento”, descreve a coordenadora do programa, Carla Jarczewski.
Pessoas identificadas com os sintomas, especialmente com diagnóstico positivo, são orientadas a usar máscara, evitando a proliferação. Outro agravante é das pessoas que já estavam em tratamento, mas perderam a medicação na inundação; além dos documentos necessários para encaminhar processo. Para este problema o Programa providenciou a reinstituição da medicação, no menor espaço de tempo possível.
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População em situação de rua
Os casos de pessoas em situação de rua com diagnóstico de tuberculose no Rio Grande do Sul têm crescido desde 2017, quando houve 188 ocorrências da doença. Esse número vem aumentando gradativamente até 2022 quando foram anotadas 250 vítimas, um percentual pouco maior de 5%.
As vítimas vivem fora do domicílio, o que gera dificuldade diante de um tratamento que dura no mínimo seis meses. Essa pessoa em situação de rua tem 56 vezes mais chances de contrair Tuberculose do que a população em geral.
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Leptospirose circula pela água
As secretarias municipais têm papel fundamental no enfrentamento desta doença que se prolifera com maior facilidade de proliferação em condições de inundação. Para orientar os serviços de saúde lociais foi elaborada uma nota técnica com recomendações para coleta, acondicionamento e transporte de amostras para diagnóstico.
O Lacen dispõe de dois diagnósticos: o de biologia molecular (RT-PCR) e o diagnóstico sorológico. O RT-PCR detecta a bactéria (por meio de seu material genético) presente no organismo do paciente e é opção para análise de amostras coletadas nos primeiros dias de sintomas.
O diagnóstico sorológico detecta o anticorpo produzido pelo organismo do paciente em resposta à infecção causada pela bactéria Leptospira. A reação sorológica é a opção de escolha para análise das amostras de pacientes que apresentam sintomas há sete dias ou mais.
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Definição de suspeito e investigação
A nota da Secretaria de Saúde define como caso suspeito de Leptospirose o indivíduo que apresenta febre e mialgia, especialmente na região lombar e panturrilha, e que teve contato com água ou lama da inundação no período de até 30 dias anteriores ao início dos sintomas.
Ao apresentar sintomas, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco, não sendo necessário aguardar o diagnóstico laboratorial para o início do tratamento.
A investigação laboratorial de casos suspeitos de leptospirose será complementada por exames diferenciais para garantir a elucidação do caso e a investigação dos óbitos. A pesquisa de dengue será realizada para todas as amostras suspeitas de leptospirose, coletadas do 7º ao 14º dia de sintomas.
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Chegada do Inverno é agravante
O início do inverno nesta quinta-feira, dia 20, as 17h51min, reforça a necessidade de ampliação dos cuidados com a saúde. A disseminação de vírus respiratórios é favorecida nesta época do ano em razão das temperaturas mais baixas.
Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) recomenda a vacinação contra a Gripe (influenza) e Covid-19 assim como reforço nas medidas preventivas. As vacinas estão disponíveis para aplicação nas secretarias de Saúde dos Municípios.
*Com informações da Agência Brasil.
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