Localidade de Linha Salto tem aproximadamente 80 famílias e foi a que mais sofreu com tragédia em Santa Catarina: 20 mortos.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Vai demorar a cicatrizar as feridas da tragédia que se abateu sobre a pequena Santo Cristo no Carnaval de 2011.
Uma cidadezinha de aproximadamente 12 mil habitantes que viu mais de 20 dos seus deixar o convívio com a comunidade em um fim trágico: um acidente de trânsito na BR-282, em Santa Catarina, na madrugada do último sábado, dia 05.
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Morre 27ª vítima da tragédia na BR-282 em Santa Catarina
O Portal novohamburgo.org foi atrás de mais informações sobre a repercussão da tragédia e encontrou reportagem produzida pelo jornalista Nilson Mariano, do jornal Zero Hora, que acompanhou de perto o drama das famílias das vítimas. Vale lembrar que entre os “filhos” ilustres de Santo Cristo está o prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann (PT).
Na tarde de domingo, 06, Mariano conversou com Leandro Bocorni, que enfrentou a maior provação dos seus 32 anos: sepultou os pais, dois tios, uma tia, mais dois parentes do futuro sogro no cemitério de Linha Salto, encravado entre lavouras de milho e soja.
O jornalista conta que na segunda-feira, aturdido com as perdas, Bocorni afligia-se pelos dois sobrinhos e por uma cunhada hospitalizados. Ainda teve de lamentar pela 27ª vítima da tragédia rodoviária, o vizinho Charles Kraemmer, que morreu durante a madrugada, aos 31 anos.
E Leandro não é o único a padecer de um luto múltiplo. O desastre arrancou pedaços de cada uma das 80 famílias da localidade de Linha Salto. Das vítimas da equipe de bolão que viajava no ônibus atingido por um caminhão, 20 eram de lá. Todos tinham laços de parentesco ou amizade. A partir de agora, os que ficaram terão de reconstruir suas vidas.
27ª VÍTIMA – Depois de enterrar seus mortos no domingo, os moradores de Linha Salto passaram a se agoniar com os sobreviventes. Na madrugada de segunda, Charles Kraemmer não resistiu a uma cirurgia, no Hospital de Santa Rosa. Deixou a mulher, Nívea (também sobrevivente), e uma filha pequena.
A despedida a Charles, realizada na igrejinha de Linha Salto, foi o prolongamento da comoção do velório coletivo de domingo. Colegas dele na multinacional AGCO compareceram com seus uniformes. Ele trabalhava na fabricação de colheitadeiras.
Vítimas fatais
Passageiros do ônibus
– José Lauri Schuster
– Vanderlei José Kuhn
– João Marcelo da Silva
– Moacir José Kramer
– Paulo Cezar Bocorni
– Claudio Schuster
– Nolar Odilo Loebens
– Ari Weimer
– Antoninho Sessi
– João Irineu Bamberg
– Jilvani dos Santos
– Dionísio Frohlich
– Keli Regina Kraemmer
– Silvino Diel
– Ildo José Schmidt
– Marlene Puhl Bocorni
– Marilei Ester Escher
– Claudino João Bocorni
– Marli Ângela Ickert
– Alceu José Kraemmer
– Marlise Schmidt
– Liane Lucia Loebens Bocorni
– Eloi Bocorni
– Charles Esiquiel Kraemmer
Motorista do ônibus
– Luciano André Hoffmann
Motorista da carreta
– Fernando Zanetti Furtado
Passageira da carreta
– Saionara da Silva Rocha
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Informações de ZeroHora.com
FOTO: reprodução / ZeroHora.com