Ameaça depende do resultado de uma reunião de mediação que ocorre na tarde desta segunda-feira no Tribunal Regional do Trabalho.
Da Redação ([email protected]) (Siga no Twitter)
Uma reprise da greve dos rodoviários da Capital, que paralisou a cidade por 15 dias em fevereiro, pode se repetir durante a Copa do Mundo.
A ameaça depende do resultado de uma reunião de mediação que ocorre na tarde desta segunda-feira no Tribunal Regional do Trabalho – TRT4.
A Justiça reunirá rodoviários e empresários para decidir sobre o desconto dos dias não trabalhados durante a paralisação no verão desse ano, período em que a greve foi considerada ilegal. A proposta do TRT, exposta durante a semana passada em reuniões em separado com o sindicato da categoria e o patronal, era de que apenas parte dos dias fosse descontada dos contracheques. Os demais poderiam ser compensados durante as férias.
O sindicato dos empresários sinalizou positivamente quanto à sugestão, apesar de que a maioria das empresas já descontou, em parcelas desde março, os dias parados. Nessa sexta-feira, no entanto, a comissão de greve dos rodoviários, ativa durante a paralisação, cobrou uma proposta melhor. “Se for para julgar que a greve foi ilegal, então que a culpa não seja apenas do trabalhador”, criticou Alceu Weber, líder da comissão.
Internamente, entre alguns rodoviários, a imagem de Weber ficou manchada após a efetivação da dedução salarial. Eles o culpam por ter liderado a paralisação, prometendo que não haveria ônus aos trabalhadores. Alguns chegaram a apelidar o abatimento no contracheque de “desconto Weber”.
Weber cobrou ainda que a cúpula do sindicato da categoria – do qual é rival – convoque uma nova assembleia essa semana. Júlio Gamaliel, presidente do sindicato dos rodoviários, afirma que a categoria está magoada com os patrões, que autorizaram os descontos sem esperar pela mediação judicial. “Existe a possibilidade de paralisar conforme o que for decidido no julgamento. Para qualquer decisão que for desfavorável ao trabalhador, faremos uma assembleia para decidir nossa ação”, ameaça.
A paralisação durante a Copa do Mundo na Capital, se for concretizada, copiaria a ação dos rodoviários de São Paulo. Os ônibus saíram das garagens pela manhã, mas seriam abandonados nas vias ao longo do dia.
Informações de cp
FOTO: reprodução / arquivo